RESUMO
Vários estudos recentes mostraram que o principal problema do mercado brasileiro parece ser o baixo nível de qualidade do emprego, e não a falta de criação de empregos. Este artigo reúne novas evidências sobre esse tema, principalmente sobre rotatividade de mão-de-obra. De fato, o Brasil apresenta a maior rotatividade de mão-de-obra do mundo por medidas comparáveis. O artigo também estuda como uma alta rotatividade de mão-de-obra pode explicar parcialmente a baixa qualidade dos empregos observados no Brasil. O argumento teórico é que a produtividade do trabalho depende essencialmente do nível de capital humano, seja geral - através da educação básica - ou específico - através de treinamento no trabalho. Como uma alta rotatividade de mão de obra desestimula o investimento em treinamento, reduz o capital humano específico e, portanto, a produtividade do trabalho. Por fim, são propostas algumas mudanças na legislação do mercado de trabalho, com o objetivo de reduzir a rotatividade e aumentar a qualidade do trabalho.
PALAVRAS-CHAVE:
Rotatividade do trabalho; capital humano; produtividade