RESUMO
Este artigo se propõe a estudar a participação dos países latino-americanos na Conferência de Havana, que negociou e aprovou a Carta da Organização Internacional do Comércio (OIC), incluindo o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), em 1947-1948. O trabalho mostra que o entendimento predominante entre as delegações latino-americanas era o de que as negociações de Havana seriam o resultado das assimetrias de poder material e político existentes entre os seus países e os países industrializados. Os latino-americanos acreditavam que as suas economias frágeis deviam enfrentar as fortes economias dos países industrializados através de planejamento econômico e da substituição de importações, já em vigor em vários países latino-americanos desde as décadas de 1930 e 1940. O trabalho mostra ainda que a construção do regime de comércio internacional pós-Segunda Guerra mundial foi de fato caracterizado por fortes desigualdades materiais e políticas, que prejudicaram a capacidade de negociação dos países latino-americanos.
PALAVRAS-CHAVE:
Conferência de Havana; GATT; comércio internacional; Acordo da Organização Internacional do Comércio; países da América Latina; o multilateralismo; liberalismo enraizado