RESUMO
Este artigo avalia a resposta macroeconômica do governo brasileiro em 2001, após o surgimento de fortes eventos negativos nos setores externo e interno, com foco particular nas políticas monetária e cambial. Ele aponta que o tipo de reação macroeconômica representada pelo modelo padrão de Mundell-Fleming é de pouca importância prática em uma pequena economia aberta, englobada em dívidas denominadas em dólar e passando por uma crise de confiança como a do Brasil. A economia brasileira opera como se houvesse algum tipo de teto para a taxa de câmbio e para as taxas de juros, em um claro afastamento das premissas incorporadas no modelo “puro”. Nesse tipo de ambiente, é necessário outro conjunto de ações para combater uma taxa de câmbio perigosa, o que é comprovado pelos eventos de 2001. Embora as ações tomadas pelas autoridades monetárias tenham se mostrado bem sucedidas naquele momento, o artigo mostra que elas vieram com um considerável custos financeiros. Portanto, o artigo argumenta a favor de outro conjunto de respostas macroeconômicas que deveria ter sido preferido para evitar tais custos.
PALAVRAS-CHAVE: Política monetária; taxa de câmbio; ultrapassagem; intervenção