Acessibilidade / Reportar erro

Fragilidade financeira externa e os limites da política cambial no Real* * Este, finalizado com informações disponíveis em abril de 1998, é resultado de pesquisa realizada no âmbito do Projeto de Estudos da Moeda e Sistemas Financeiros desenvolvido no Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ), que conta com o suporte financeiro do CNPq. Os autores agradecem as sugestões feitas por Alexis Dantas, Fernando Cardim, Fernando Ferrari, Gary Dymski, João Sicsú, Julio Lopes e Rogério Studart, e também por um parecerista anônimo, isentando-os de erros e omissões porventura existentes.

External financial fragility ant the limits of the exchange rate policy in Real

RESUMO

Este artigo avalia os impactos do plano de estabilização cambial do Brasil (Plano Real) na fragilidade financeira externa do país e discute políticas alternativas de câmbio para superar a vulnerabilidade externa do Brasil. Para isso, desenvolvemos um índice para essa fragilidade financeira externa, que é aplicado a uma série temporal de variáveis do setor externo de 1992 a 1997. As evidências mostram que a fragilidade financeira externa brasileira cresceu nos primeiros três anos e meio após o Plano Real, particularmente em 1996 e 1997. Usando essas evidências, o documento questiona a eficácia da estratégia de ajuste do governo para o setor industrial, baseada em quatro pilares: estabilização de preços, liberalização do comércio, liberalização do capital e valorização cambial. Finalmente, concluímos que a margem para mudanças na política cambial atualmente é muito pequena: o governo é prisioneiro de uma “armadilha cambial” auto infligida.

PALAVRAS-CHAVE:
Fragilidade financeira externa; política cambial; plano Real; crise cambial

Centro de Economia Política Rua Araripina, 106, CEP 05603-030 São Paulo - SP, Tel. (55 11) 3816-6053 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: cecilia.heise@bjpe.org.br