RESUMO
O Brasil é um caso emblemático de financeirização no qual uma alta taxa de juros Selic beneficiou as instituições financeiras. No entanto, a taxa Selic real caiu historicamente, tornando-se negativa em 2020. Com isso, seria possível presumir que o rendimento dos bancos fosse negativamente afetado, o que não ocorreu. Os bancos superaram esse desafio macroeconômico aumentando as operações de crédito. Nesse contexto, nosso estudo confirma que o aumento da receita do spread de crédito está inversamente correlacionado à queda da taxa Selic. Portanto, concluímos que os bancos mantiveram um comportamento rentista: os ganhos obtidos com títulos públicos derivados da alta taxa Selic foram substituídos por um elevado spread cobrado dos consumidores de crédito.
PALAVRAS-CHAVE:
Financialização; spread; bancos; taxa de juros; markup