RESUMO
O objetivo deste artigo é discutir a evolução da produtividade do trabalho brasileira nas décadas de 1990 e 2000, para lançar luz sobre a resiliência da economia brasileira em recuperar o crescimento. O crescimento da produtividade do trabalho no Brasil, após mostrar taxas anuais positivas entre 1950 e 1979, ficou estagnado após 1980. Seguindo a metodologia de McMillan e Rodrik (2011McMillan, M.S. and Rodrik, D. (2011). “Globalization, structural change and productivity growth”. NBER Working Paper Series 17143. Cambridge, MA: National Bureau of Economic Research.), este artigo inicialmente decompõe o crescimento da produtividade do trabalho no período 1950-2011, de acordo com o componente ‘structural change’ (potencializador de crescimento) e o ‘within effect’ (que reduz o crescimento, se não for acompanhado por uma mudança estrutural significativa enquanto o país ainda estiver em processo de catching-up). A seguir, é apresentado um exercício econométrico para explicar os determinantes do componente ‘structural change’ no período 1995-2011. Os resultados mostram que a estagnação da produtividade brasileira é explicada pela tendência de supervalorização da moeda brasileira, pela reprimarização da cesta de exportação, pelo baixo grau de abertura comercial do Brasil e pelas altas taxas de juros reais vigentes no período.
PALAVRAS-CHAVE:
Desenvolvimento econômico; catching-up; crescimento da produtividade do trabalho; mudança estrutural