RESUMO
Os Estados nacionais constituem uma das agendas centrais do debate no mundo contemporâneo, uma agenda extensa que gerou importantes abordagens em disputa sobre o ritmo, direção e a profundidade das possíveis transformações dos Estados em curso nas últimas décadas. Este artigo tem por objetivo reconstruir e analisar criticamente os conceitos, atribuições, possibilidades e impasses vividos pelos Estados nacionais encontradas nas formulações de Immanuel Wallerstein. Com este propósito, faremos uma releitura atenta de sua obra, retendo os principais componentes de sua formulação sobre o Estado em suas interações com o sistema mundo capitalista e o sistema interestatal. Parte--se de uma síntese crítica das formulações de Wallerstein sobre sistemas históricos como a unidade de análise correta, as formas históricas desses sistemas, o duplo conceito de capitalismo, de sistema capitalista mundial, de Estado e de sistema interestatal enquanto categorias cruciais de sua abordagem. Tendo por base esses fundamentos, explora-se, então, a análise de Wallerstein sobre o papel dos Estados nacionais nos dias atuais, a crise do sistema mundo que vivemos, assim como as possibilidades e impasses da atuação dos Estados neste contexto. As considerações finais abordam limites e oportunidades legadas por sua desafiadora formulação.
PALAVRAS-CHAVE:
Estado; teoria social contemporânea; teoria do estado, sistema mundo; Immanuel Wallerstein