RESUMO
O presente artigo discute a natureza e as condições do plano de estabilização nas sociedades democráticas, criticando a abordagem dos tecnocratas que reduz esses planos a uma mera decisão técnica, escondendo suas consequências sociais e implicações em termos de ganhos e perdas. A ineficácia dos planos ortodoxos e heterodoxos dos últimos anos disse ser devido à sua falta de clareza, política e legitimidade. Um programa de estabilização não pode ser deixado nas mãos do mercado ou não pode ser retomado com um ajuste fiscal e restrições monetárias, mas deve ter políticas de renda, introduzidas pelo Estado e com a participação ativa das classes sociais. A experiência das câmaras setoriais em certos ramos das atividades industriais permite vislumbrar um novo mecanismo de coordenação de preços, salários e preços públicos, que possa desacelerar essa inflação inercial e manter sob controle o aumento de preços no Brasil.
PALAVRAS-CHAVE:
Economia política; estabilização; tecnocracia