Resumo:
Este artigo é uma etnografia do Sítio camponês a partir das classificações das crianças Capuxu, do sertão da Paraíba. Por meio da observação participante, das conversas informais e dos desenhos por elas produzidos, as crianças revelaram classificações do Sítio que diluem a clássica dicotomia casa/roçado formatada pelos estudos do rural (Woortman, 1983; Heredia, 1988; Garcia Junior, 1983Garcia Júnior, A. (1983). Terra de trabalho: trabalho familiar de pequenos produtores (236 p.). Rio de Janeiro, Paz e Terra., Godoi, 1999) apresentando a trilogia: casas, estradas (e seus atalhos) e cercados. Neste sentido, este artigo deseja ser uma contribuição aos estudos da infância e a antropologia da criança, bem como aos estudos de campesinato do Brasil. Ele parte da hipótese de que os estudos do rural elegeram a dicotomia casa/roçado como representativa dos espaços do sítio por terem ouvido em geral, homens e mulheres, e argumenta, conforme Schildkrout (1978), que as crianças deveriam ser sempre ouvidas sob pena de não se ter uma visão completa do tema em estudo.
Palavras-chave:
sítio camponês; crianças Capuxu; classificações; etnografia; desenhos