Resumo:
Este artigo contribui para a compreensão das transformações que têm ocorrido na sociedade rural do Uruguai contemporâneo. Para tal, foram testadas empiricamente três hipóteses. A primeira envolve o estudo da relevância e vigência de um esquema tradicional sobre a estrutura agrícola do Uruguai, que distingue entre produtores empresariais, produtores familiares e assalariados. Para tal, foi realizada uma análise de componentes principais (ACP) sobre variáveis do Censo Geral Agrícola de 1990, 2000 e 2011, tendo sido identificados diferentes agrupamentos territoriais em função do grau de predominância de diferentes tipos de produção (empresarial ou familiar). A segunda hipótese propõe o avanço da lógica do agronegócio na agricultura uruguaia. Para estudar isto, foi analisada a distribuição de vários atributos identificados pela literatura que discute a “lógica” ou o “modelo” do agronegócio, avaliando sua incidência nos territórios identificados pelas análises de clusters realizadas sobre os fatores identificados pela ACP. Finalmente, uma terceira hipótese argumenta que a lógica do agronegócio colide com e é antagônica à lógica da produção familiar. Em relação a isso, a análise mostra uma estrutura agrária polarizada, na qual os modelos de produção estão cada vez mais distantes.
Palavras-chave:
estrutura agrária; estrutura social; agronegócio; agricultura familiar; produção empresarial