Com base nas teorias de desenvolvimento da fronteira e nas abordagens de estratégias de sobrevivência, este artigo ilustra o processo de colonização e dinâmica de uso do solo do Cerrado brasileiro, destacando a importância da migração, das associações agrícolas e do governo em contribuir para o sucesso de uma área de assentamento voltada para a intensificação de capital. Para ilustrar este processo com um estudo de caso, foi realizada uma pesquisa com os pioneiros na região do Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba (PADAP) durante 2008 e 2009. Nossos resultados sugerem que a segunda geração procura emprego urbano e educação, com a migração rural-urbana se tornando uma componente chave da dinâmica de fronteira recente. O esvaziamento da fronteira, induzido pela emigração da segunda geração, parece funcionar como um incentivo, ao invés de uma restrição ao trabalho. Com uma combinação bem sucedida de provisão governamental de assistência técnica e crédito subsidiado pela Cooperativa Agrícola de Cotia, os pequenos agricultores foram capazes de adotar tecnologias de capital intensivo e experimentar novas culturas mais rentáveis, gerando maiores retornos agrícolas. Seguindo outros estudos que trabalham com a dinâmica de fronteira em outros lugares, este artigo contribui para a literatura através da combinação de teorias da economia e da geografia espacial, juntamente com quadros de desenvolvimento de fronteira, para compreender a dinâmica de uso do solo no Padap.
Cerrado brasileiro; Padap; teorias de fronteira; agricultura; domicílios rurais; estratégias de sobrevivência