Resumo
Objetivo:
Estabelecer protocolo para realização de autópsias minimamente invasivas (AMIs) na detecção de óbitos por arboviroses e relatar dados preliminares desse protocolo no Ceará, Brasil.
Métodos:
Médicos patologistas foram treinados em AMI.
Resultados:
Estabeleceu-se protocolo para AMI, definindo-se critérios para amostras a serem coletadas, suas formas de armazenamento e diagnóstico, segundo o tipo de amostra biológica; em três meses, foram realizadas 43 AMIs, das quais 21 (48,8%) chegaram ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO) com hipótese diagnóstica de alguma arbovirose e sete (16,3%) foram confirmados (seis de chikungunya; uma de dengue); também foram confirmados casos de covid-19 (n = 9), tuberculose (n = 5), meningite (n = 4), criptococose (n = 1), doença de Creutzfeldt-Jakob (n = 1), neoplasia de mama (n = 1) e raiva humana (n = 1).
Conclusão:
O protocolo implantado permitiu a captação de um maior número de óbitos suspeitos de arboviroses, além da confirmação de outras patologias de interesse da vigilância.
Palavras-chave:
Infecções por Arbovirus; Autópsia; Serviços de Vigilância Epidemiológica; Técnicas de Pesquisa
Contribuições do estudo
Principais resultados
Desenvolveu-se um protocolo para realização de autópsias minimamente invasivas (AMIs) no Serviço de Verificação de Óbito (SVO), capaz de ampliar a capacidade do sistema para captar um maior número de óbitos suspeitos de arboviroses.
Implicações para os serviços
A experiência sugere que profissionais treinados em serviço conseguem realizar AMI, e que o uso dessa técnica no SVO se mostrou capaz de aumentar a sensibilidade do sistema em detectar óbitos de interesse para a saúde pública.
Perspectivas
Profissionais treinados serão capazes de realizar coleta de material biológico em hospitais, por meio de AMI, nos casos de interesse da vigilância e quando os familiares não permitirem a realização da autópsia convencional completa.