Resumo
Objetivo:
Descrever a prevalência da laceração perineal segundo a percepção autorrelatada da puérpera, e analisar os fatores associados à sua ocorrência no Brasil.
Métodos:
Estudo transversal conduzido em 23.894 puérperas, excluindo-se gestações gemelares, cesarianas e partos com episiotomias entre 2011 e 2012. Razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%) da associação entre o evento e as características maternas, feto/recém-nato, obstétricas e manejo clínico foram estimadas em modelos de regressão de Poisson hierarquizados.
Resultados:
Entre 4.606 puérperas, 49,5% (IC95% 46,1;42,9) autorrelataram laceração perineal. Ser adolescente (RP = 1,12; IC95% 1,02;1,25), primípara (RP = 1,47; IC95% 1,33;1,63), ter tido ganho de peso gestacional excessivo (RP = 1,17; IC95% 1,07;1,29) e ter sido submetida à manobra de Kristeller (RP = 1,18; IC95% 1,08;1,29) elevaram a proporção do desfecho.
Conclusão:
Os resultados encontrados demandam atenção pré-natal e adequações na assistência ao parto conforme recomendações vigentes.
Palavras-chave:
Períneo; Ruptura Espontânea; Parto Normal; Distúrbios do Assoalho Pélvico; Saúde Materna; Estudos Transversais
Contribuições do estudo
Principais resultados
A prevalência de laceração perineal autorrelatada foi de 49,5%. Faixa etária da adolescência, primiparidade, peso gestacional excessivo e manobra de Kristeller foram fatores de risco associados ao evento.
Implicações para os serviços
O estudo sobre a prevalência autorrelatada da laceração perineal subsidia novas práticas assistenciais, ressalta a prevenção de fatores de risco considerados modificáveis e ratifica a necessidade de seguir as normativas vigentes.
Perspectivas
São necessários novos estudos nacionais comparando a prevalência da laceração perineal autorrelatada e registrada nos prontuários médicos a fim de subsidiar práticas assistenciais e políticas públicas obstétricas.