RESUMO
Objetivo
Investigar o excesso de mortalidade na pandemia de covid-19 e sua distribuição espacial no estado de Pernambuco.
Métodos
Estudo ecológico, descritivo e analítico dos óbitos, por município, registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade, em 2020 e 2021. O excesso de mortalidade foi mensurado comparando-se os óbitos observados e esperados, este último estimado pelo cálculo das taxas de mortalidade padronizadas. Foram calculados a standardized mortality ratio (SMR) e os respectivos intervalos de confiança (IC95%). A análise espacial foi realizada pelo cálculo do Índice de Moran Global e Local.
Resultados
Verificou-se excesso de mortalidade de 20,6% e de 27,5%, respectivamente, em 2020 e 2021, e correlação espacial positiva (p-valor < 0,05). Municípios mais populosos (2020: SMR = 1,26; IC95% 1,24;1,27 e 2021: SMR = 1,34; IC95% 1,32;1,34), mais desenvolvidos (2020: SMR = 1,43; IC95% 1,41;1,44 e 2021: SMR = 1,51; IC95% 1,50;1,53) e do Sertão (2020: SMR = 1,31; IC95% 1,30;1,33 e 2021: SMR = 1,44; IC95% 1,42;1,46) apresentaram maior excesso de mortes.
Conclusão
O excesso de mortalidade coincidiu com os períodos de pico de transmissão da covid-19.
Palavras-chave
Excesso de Mortalidade; Covid-19; Análise Espacial; Razão de Mortalidade Proporcional; Estudos Ecológicos
Contribuições do estudo
Principais resultados
Houve excesso de mortalidade em Pernambuco nos anos de 2020 e 2021, que coincidiu com o pico da curva epidêmica de covid-19. Municípios com maior densidade populacional, desenvolvidos e localizados no Sertão apresentaram maior excesso de mortes.
Implicações para os serviços
Os resultados evidenciaram os efeitos da pandemia na mortalidade do estado. O fortalecimento da vigilância da mortalidade pode auxiliar a gestão na formulação de estratégias e políticas públicas para o Sistema Único de Saúde.
Perspectivas
A adoção desse tipo de análise poderá contribuir para a identificação de desigualdades na carga de mortalidade entre diferentes grupos populacionais, podendo ser empregada para análises em futuros desafios sanitários.