Resumo
Objetivo:
analisar a tendência temporal e os fatores associados ao diagnóstico em estágio avançado de câncer do colo uterino no Brasil.
Métodos:
análise de séries temporais e estudo transversal com dados dos registros hospitalares de câncer (2000-2012); utilizaram-se modelos joinpoint e regressão multinomial.
Resultados:
analisaram-se 65.843 casos; a mediana do intervalo entre diagnóstico e tratamento foi de 59 dias; o percentual de diagnósticos em estágio avançado aumentou no período - variação anual de 1,10% (IC95% 0,80;1,50); mulheres com estudo superior tiveram menores chances de estadiamento avançado, comparadas a analfabetas (OR=0,38; IC95% 0,31;0,47); indígenas (OR=2,38; IC95% 1,06;5,33) e negras (OR=1,16; IC95% 1,02;1,31) frente às brancas, e mulheres tratadas na região Norte (OR=2,55; IC95% 2,26;2,89) frente às do Sudeste, apresentaram maiores chances; outros fatores associados positivamente ao desfecho foram ‘idade’, ‘tipo histológico’ e ‘estado conjugal’.
Conclusão:
houve tendência crescente de diagnósticos em estágio avançado; desigualdades afetam as chances de estadiamento avançado de câncer cervical.
Palavras-chave:
Neoplasias do Colo do Útero; Saúde da Mulher; Registros Hospitalares; Acesso aos Serviços de Saúde; Oncologia