RESUMO
Objetivos
Analisar fatores associados ao atraso para o início do tratamento do câncer de mama em um centro de referência em oncologia em Juiz de Fora, MG, entre 2010 e 2019.
Métodos
Trata-se de coorte com dados do Registro Hospitalar de Câncer. A probabilidade de não iniciar o tratamento em até 60 dias, conforme legislação brasileira, foi estimada pelo método de Kaplan-Meier, e sua associação com os fatores estudados pelo modelo de Cox, com apresentação das hazard ratios (HR) e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%).
Resultados
Entre as 911 participantes, a probabilidade de iniciar o tratamento com atraso foi de 18,8% (IC95% 16,4;21,5). Aquelas que realizaram o tratamento em um serviço de saúde diferente do que estabeleceu o diagnóstico de câncer apresentaram risco significativamente maior (HR: 3,49; IC95% 3,00;4,07).
Conclusão
Realizar diagnóstico e tratamento na mesma instituição pode contribuir para a redução do tempo de espera para o início do tratamento.
Palavras-chave
Câncer de Mama; Tempo para Início do Tratamento; Saúde Pública; Estudo Observacional; Estudos de Coortes
Contribuições do estudo
Principais resultados
A probabilidade de as participantes do estudo não iniciarem o tratamento em até 60 dias foi de 18,8%. Realizar tratamento em serviço de saúde diferente do qual teve o diagnóstico foi o principal fator associado ao atraso.
Implicações para os serviços
Organizar os serviços de atenção à saúde com base em estratégias que otimizem os fluxos de encaminhamento, evitando a transição no cuidado, pode ser determinante para a redução de tempo para o início do tratamento de câncer de mama.
Perspectivas
É imprescindível o aprimoramento dos fluxos nas diferentes etapas na atenção em saúde, para que o tratamento oncológico seja iniciado em momento oportuno.