Resumo
Objetivo:
Analisar a associação entre multimorbidade e uso de serviços de saúde em uma população diagnosticada com covid-19, no Sul do Brasil.
Métodos:
Estudo transversal, utilizando-se dados de um estudo longitudinal realizado na cidade de Rio Grande, estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 2021, com todos os indivíduos adultos diagnosticados com covid-19; análises descritivas foram realizadas e apresentadas como proporções com intervalos de confiança de 95% (IC95%); a regressão de Poisson foi realizada e relatada como razão de prevalências (RP), para avaliar a associação entre multimorbidade e utilização de serviços de saúde.
Resultados:
Dos 2.919 participantes, 40,4% apresentavam multimorbidade (≥ 2 doenças); os resultados ajustados mostraram que indivíduos com multimorbidade (3 ou mais doenças) apresentaram maior probabilidade de utilização da maioria dos serviços avaliados (RP = 3,21; IC95% 1,40;7,37) em unidades de pronto-socorro.
Conclusão:
A multimorbidade esteve associada à utilização de diferentes tipos de serviços de saúde.
Palavras-chave:
Serviços de Saúde; Covid-19; Estudos Transversais; Multimorbidade
Contribuições do estudo
Principais resultados
Casos de multimorbidade utilizaram mais os serviços; aqueles com hipertensão, diabetes e problemas cardiovasculares associaram- -se a mais consultas ao cardiologista; com dor, ao fisioterapeuta; e com doenças psicológicas, aos serviços de saúde mental.
Implicações para os serviços
Os resultados podem auxiliar os gestores de saúde no manejo e otimização de recursos, alocando indivíduos com padrões específicos de doenças nos serviços de saúde especializados, o que ajudará a reduzir filas e diminuir desigualdades.
Perspectivas
A implementação de políticas públicas voltadas ao manejo e prevenção da multimorbidade poderá resultar na redução da utilização de serviços de saúde - e na redução de custos -, além da melhora na qualidade de vida do indivíduo.