RESUMO
Objetivo
Investigar a associação entre recebimento de aposentadorias ou pensões e sintomas depressivos na população brasileira com 50 anos ou mais.
Método
Estudo transversal com participantes da linha de base (2015-2016) do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros. Sintomas depressivos foram aferidos pela escala The eight-item Center for Epidemiologic Studies Depression. Razões de prevalência (RP) foram obtidas pela regressão de Poisson.
Resultados
Dos 8.469 participantes, 33,9% (IC95% 32,8;34,9) relataram sintomas depressivos e 52,8% (IC95% 51,8;53,9) recebiam aposentadoria ou pensão. A prevalência de sintomas depressivos foi menor entre os participantes que recebiam aposentadoria ou pensão (RP = 0,79; IC95% 0,73;0,86). A associação permaneceu significativa após ajustes por indicadores sociodemográficos e de saúde (RP = 0,84; IC95% 0,76;0,92).
Conclusão
Participantes que recebiam aposentadoria ou pensão são menos propensos a relatarem sintomas depressivos.
Palavras-chave
Aposentadoria; Pensões; Depressão; Idoso; Estudos Transversais
Contribuições do estudo
Principais resultados
A prevalência de sintomas depressivos foi de 33,9% na população estudada e, após análise ajustada, permaneceu estatisticamente menor entre os participantes que recebiam aposentadoria ou pensão.
Implicações para os serviços
A prevalência dos sintomas depressivos é maior em indivíduos que não recebem aposentadoria ou pensão, o que demanda atenção dos serviços de saúde no atendimento desse público em situação de vulnerabilidade quanto à seguridade social.
Perspectivas
Realização de estudos longitudinais capazes de avaliar a temporalidade na associação entre o recebimento de aposentadoria ou pensão e a saúde mental de idosos, contribuindo, assim, para o melhor conhecimento sobre os determinantes sociais da saúde mental.