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Prevalência e fatores associados à capacidade inadequada para o trabalho entre agentes comunitários de saúde de Montes Claros, Minas Gerais: estudo transversal, 2018

RESUMO

Objetivo

Estimar a prevalência e analisar fatores associados à capacidade inadequada para o trabalho entre agentes comunitários de saúde (ACS).

Métodos

Estudo transversal realizado com ACS, no período de julho a outubro de 2018, em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil; foi investigada a capacidade para o trabalho, fatores sociodemográficos, laborais e clínicos; razões de prevalência (RPs) com intervalos de confiança de 95% (IC95%) foram calculadas por regressão de Poisson.

Resultados

Dos 675 ACS estudados, 25,8% (IC95% 22,7;29,2) apresentaram capacidade inadequada para o trabalho; tempo de serviço superior a cinco anos (RP = 1,64; IC95% 1,24;2,18), percepção do estado de saúde ruim (RP = 2,10; IC95% 1,56;2,83), sintomas depressivos (RP = 1,98; IC95% 1,54;2,55) e distúrbios da voz (RP = 1,85; IC95% 1,26;2,73) estiveram associados ao evento.

Conclusão

Houve prevalência elevada de capacidade inadequada para o trabalho, associada a fatores laborais e clínicos.

Palavras-chave
Avaliação da Capacidade de Trabalho; Agente Comunitário de Saúde; Vigilância em Saúde do Trabalhador; Pessoal de Saúde; Estudos Transversais

ABSTRACT

Objective

To estimate the prevalence and analyze factors associated with inadequate work ability among community health workers (CHWs).

Methods

This was a cross-sectional study conducted with CHWs, from July to October 2018, in Montes Claros, state of Minas Gerais, Brazil; work ability, sociodemographic, occupational, and clinical factors were investigated; prevalence ratios (PRs) with 95% confidence intervals (95%CI) were calculated using Poisson regression.

Results

Of the 675 CHWs, 25.8% (95%CI 22.7;29.2) showed inadequate work ability; length of service greater than five years (PR = 1.64; 95%CI 1.24;2.18), poor health status (PR = 2.10; 95%CI 1.56;2.83), depressive symptoms (PR = 1.98; 95%CI 1.54;2.55) and voice disorders (PR = 1.85; 95%CI 1.26;2.73) were associated with the event.

Conclusion

There was a high prevalence of inadequate work ability, associated with occupational and clinical factors.

Keywords
Work ability Assessment; Community Health Worker; Occupational Health Surveillance; Health Personnel; Cross-sectional Studies

RESUMEN

Objetivo

Estimar la prevalencia y analizar factores asociados a la inadecuada capacidad para el trabajo entre los agentes comunitarios de salud (ACSs).

Métodos

Estudio transversal realizado con ACS, de julio a octubre de 2018, en Montes Claros, Minas Gerais, Brasil; se investigó la capacidad de trabajo y factores sociodemográficos, ocupacionales y clínicos; las razones de prevalencia (RP) con intervalos de confianza del 95% (IC95%) se calcularon mediante regresión de Poisson.

Resultados

De los 675 ACS, el 25,8 % (IC95% 22,7;29,2) presentó capacidad laboral inadecuada; tiempo de servicio superior a 5 años (RP = 1,64; IC95% 1,24;2,18), mal estado de salud (RP = 2,10; IC95% 1,56;2,83), síntomas depresivos (RP = 1,98; IC95% 1,54;2,55) y trastornos de la voz (RP = 1,85; IC95% 1,26;2,73) estaban relacionados con el evento.

Conclusión

Hubo alta prevalencia de capacidad inadecuada para el trabajo, asociada a factores laborales y clínicos.

Palabras clave
Evaluación de la Capacidad de Trabajo; Agente de Salud Comunitario; Vigilancia de la Salud del Trabajador; Personal de Salud; Estudios Transversales

Contribuições do estudo

Principais resultados

Houve elevada prevalência de capacidade inadequada para o trabalho entre os agentes comunitários de saúde (ACS), associada a fatores laborais e clínicos.

Implicações para os serviços

Espera-se contribuir para o planejamento de ações preventivas e de promoção da capacidade de trabalho dos ACS, com repercussão na qualidade do serviço prestado por esses profissionais.

Perspectivas

Recomenda-se fortemente a realização de estudos longitudinais, para se estabelecerem relações de causa e efeito entre as variáveis investigadas.

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a saúde do trabalhador tem sido alvo de preocupação quanto às alterações de seu perfil e o envelhecimento da população economicamente ativa, com repercussão na capacidade para o trabalho.11 Godinho MR, Ferreira AP, Fayer VA, Bonfatti RJ, Greco RM. Capacidade para o trabalho e fatores associados em profissionais no Brasil. Rev Bras Med Trab. 2017;15(1):88-100. doi: 10.5327/Z1679443520177012.
https://doi.org/10.5327/Z167944352017701...
,22 Rodrigues DDM, Aquino RL, Antunes DE, Costa MM, Oliveira PC, Aragão AS. Work ability assessment for nursing team working at a large hospital in the region of triângulo mineiro – MG. Rev Min Enferm. 2019;23:e-1260. doi: 10.5935/1415-2762.20190108.
https://doi.org/10.5935/1415-2762.201901...
Esta resulta de um processo dinâmico, de inter-relação entre recursos humanos e trabalho, passível de alterações ao longo do tempo,22 Rodrigues DDM, Aquino RL, Antunes DE, Costa MM, Oliveira PC, Aragão AS. Work ability assessment for nursing team working at a large hospital in the region of triângulo mineiro – MG. Rev Min Enferm. 2019;23:e-1260. doi: 10.5935/1415-2762.20190108.
https://doi.org/10.5935/1415-2762.201901...
,33 Paula ÍR, Marcacine PR, Castro SS, Walsh IAP. Work ability, musculoskeletal symptoms and quality of life among community health workers in Uberaba, Minas Gerais, Brazil. Saude Soc. 2015;24(1):1-13. doi: 10.1590/S0104-12902015000100012.
https://doi.org/10.1590/S0104-1290201500...
e constitui um indicador de saúde do trabalhador.44 Alcantara MA, Medeiros AM, Claro RM, Vieira MT. Determinants of teachers’ work ability in basic education in Brazil: Educatel Study, 2016. Cad Saude Publica. 2019;35(Suppl 1):e00179617. doi: 10.1590/0102-311X00179617.
https://doi.org/10.1590/0102-311X0017961...
,55 Teixeira JRB, Mussi FC, Araujo TM, Boery EM, Casotti CA, Pereira R, et al. Factors associated with the work capacity of motorcycle taxi drivers. Cien Saude Colet. 2019;24(10):3957-67. doi: 10.1590/1413-812320182410.24702017.
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A capacidade para o trabalho é a aptidão ou habilidade de um trabalhador no desempenho de seu trabalho, levando-se em consideração as demandas propostas, seu estado de saúde, sua condição física e mental.11 Godinho MR, Ferreira AP, Fayer VA, Bonfatti RJ, Greco RM. Capacidade para o trabalho e fatores associados em profissionais no Brasil. Rev Bras Med Trab. 2017;15(1):88-100. doi: 10.5327/Z1679443520177012.
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,22 Rodrigues DDM, Aquino RL, Antunes DE, Costa MM, Oliveira PC, Aragão AS. Work ability assessment for nursing team working at a large hospital in the region of triângulo mineiro – MG. Rev Min Enferm. 2019;23:e-1260. doi: 10.5935/1415-2762.20190108.
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,55 Teixeira JRB, Mussi FC, Araujo TM, Boery EM, Casotti CA, Pereira R, et al. Factors associated with the work capacity of motorcycle taxi drivers. Cien Saude Colet. 2019;24(10):3957-67. doi: 10.1590/1413-812320182410.24702017.
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Observa-se uma relação estreita e complexa entre saúde e trabalho, sendo a saúde negativamente afetada quando as atividades laborais são exercidas em ambientes tão inapropriados quanto capazes de precipitar ou agravar a redução da capacidade para o trabalho.11 Godinho MR, Ferreira AP, Fayer VA, Bonfatti RJ, Greco RM. Capacidade para o trabalho e fatores associados em profissionais no Brasil. Rev Bras Med Trab. 2017;15(1):88-100. doi: 10.5327/Z1679443520177012.
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Diversos fatores estão associados à capacidade para o trabalho, entre características sociodemográficas,22 Rodrigues DDM, Aquino RL, Antunes DE, Costa MM, Oliveira PC, Aragão AS. Work ability assessment for nursing team working at a large hospital in the region of triângulo mineiro – MG. Rev Min Enferm. 2019;23:e-1260. doi: 10.5935/1415-2762.20190108.
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,66 Moura DCA, Leite ICG, Greco RM. Prevalência de sintomas de depressão em agentes comunitários de saúde. Trab Educ Saude. 2020;18(2):e0026395. doi: 10.1590/1981-7746-sol00263.
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estado de saúde,77 Amorim JSC, Mesas AE, Trelha CS. Fatores associados à ótima capacidade para o trabalho em servidores idosos de uma universidade no Sul do Brasil. Rev Bras Saude Ocup. 2018;43:e15. doi: 10.1590/2317-6369000016816.
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características comportamentais66 Moura DCA, Leite ICG, Greco RM. Prevalência de sintomas de depressão em agentes comunitários de saúde. Trab Educ Saude. 2020;18(2):e0026395. doi: 10.1590/1981-7746-sol00263.
https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol002...
,88 Gracino ME, Torjada JS, Castro-Alves MB. Garcia SF, Yamaguchi MU, Massuda EM. Analysis of physicians work ability, in the city of Maringá, Brazil. Rev Bras Med Trab. 2018;16(4):417-28. doi: 10.5327/Z1679443520180296.
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,99 Barreto CR, Lins-Kusterer L, Carvalho FM. Work ability of military police officers. Rev Saude Publica. 2019;53:79. doi: 10.11606/s1518-8787.2019053001014.
https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2019...
e clínicas,77 Amorim JSC, Mesas AE, Trelha CS. Fatores associados à ótima capacidade para o trabalho em servidores idosos de uma universidade no Sul do Brasil. Rev Bras Saude Ocup. 2018;43:e15. doi: 10.1590/2317-6369000016816.
https://doi.org/10.1590/2317-63690000168...
,66 Moura DCA, Leite ICG, Greco RM. Prevalência de sintomas de depressão em agentes comunitários de saúde. Trab Educ Saude. 2020;18(2):e0026395. doi: 10.1590/1981-7746-sol00263.
https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol002...
,1010 Barbosa AM, Lacerda DAL, Viana FDA. Análise da capacidade para o trabalho de agentes comunitários de saúde em João Pessoa-PB. Rev Bras Cien Saude. 2019;23(1):81-8. doi: 10.22478/ufpb.2317-6032.2019v23n1.37042.
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condições e organização do trabalho.66 Moura DCA, Leite ICG, Greco RM. Prevalência de sintomas de depressão em agentes comunitários de saúde. Trab Educ Saude. 2020;18(2):e0026395. doi: 10.1590/1981-7746-sol00263.
https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol002...
,88 Gracino ME, Torjada JS, Castro-Alves MB. Garcia SF, Yamaguchi MU, Massuda EM. Analysis of physicians work ability, in the city of Maringá, Brazil. Rev Bras Med Trab. 2018;16(4):417-28. doi: 10.5327/Z1679443520180296.
https://doi.org/10.5327/Z167944352018029...
,99 Barreto CR, Lins-Kusterer L, Carvalho FM. Work ability of military police officers. Rev Saude Publica. 2019;53:79. doi: 10.11606/s1518-8787.2019053001014.
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A capacidade para o trabalho de algumas categorias tem sido alvo de investigação, principalmente de enfermeiros e técnicos de enfermagem atuantes no ambiente hospitalar,11 Godinho MR, Ferreira AP, Fayer VA, Bonfatti RJ, Greco RM. Capacidade para o trabalho e fatores associados em profissionais no Brasil. Rev Bras Med Trab. 2017;15(1):88-100. doi: 10.5327/Z1679443520177012.
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,1111 Martinez MC, Latorre MRDO, Fischer FM. Stressors influence work ability in different age groups of nursing professionals: 2-year follow-up. Cien Saude Colet. 2017;22(5):1589-1600. doi: 10.1590/1413-81232017225.09682015.
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além de professores.44 Alcantara MA, Medeiros AM, Claro RM, Vieira MT. Determinants of teachers’ work ability in basic education in Brazil: Educatel Study, 2016. Cad Saude Publica. 2019;35(Suppl 1):e00179617. doi: 10.1590/0102-311X00179617.
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Entretanto, há poucos registros de pesquisas acerca da capacidade para o trabalho no contexto das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), particularmente dos agentes comunitários de saúde (ACS). O papel essencial dos ACS na atenção à saúde dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) enseja mais estudos sobre esse grupo e suas relações com o trabalho; sua atividade laboral é frequentemente pautada por condições inadequadas de trabalho e sobrecarga de afazeres.1212 Costa EM, Ferreira DLA. Percepções e motivações de agentes comunitários de saúde sobre o processo de trabalho em Teresina, Piauí. Trab Educ Saude. 2011;9(3):461-78. doi: 10.1590/S1981-77462011000300007.
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Há evidências de que, se um profissional de saúde apresenta capacidade adequada para o trabalho, melhor será a assistência à população atendida, no âmbito da atenção primária à saúde.66 Moura DCA, Leite ICG, Greco RM. Prevalência de sintomas de depressão em agentes comunitários de saúde. Trab Educ Saude. 2020;18(2):e0026395. doi: 10.1590/1981-7746-sol00263.
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,1010 Barbosa AM, Lacerda DAL, Viana FDA. Análise da capacidade para o trabalho de agentes comunitários de saúde em João Pessoa-PB. Rev Bras Cien Saude. 2019;23(1):81-8. doi: 10.22478/ufpb.2317-6032.2019v23n1.37042.
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,1111 Martinez MC, Latorre MRDO, Fischer FM. Stressors influence work ability in different age groups of nursing professionals: 2-year follow-up. Cien Saude Colet. 2017;22(5):1589-1600. doi: 10.1590/1413-81232017225.09682015.
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A avaliação das condições de trabalho dos ACS pode contribuir para o planejamento de ações preventivas e de promoção da capacidade para o trabalho, além de despertar o interesse de outros pesquisadores para o tema.

Esse estudo teve como objetivo estimar a prevalência e analisar fatores associados à capacidade inadequada para o trabalho entre ACS.

MÉTODOS

Estudo transversal, realizado com ACS de Montes Claros, município-sede da macrorregião de saúde Norte do estado de Minas Gerais, Brasil. A região representa uma área de transição entre o Sudeste do país, mais desenvolvido, e o Nordeste, menos desenvolvido, caracterizando-se por um vasto território de contrastes, economicamente desfavorecido.

Os ACSs que estavam cadastrados em uma equipe da ESF e desempenhavam essa função no município de Montes Claros, no ano de 2018, foram convidados a participar do estudo. Foram excluídos aqueles que estavam afastados, em desvio de função ou de licença médica. Realizou-se cálculo amostral para determinar o tamanho da população de ACS participantes. Utilizou-se como parâmetro o nível de 95% de confiança e erro amostral de 5%. Como diversos desfechos foram investigados, utilizou-se prevalência esperada do fenômeno igual a 50% para obter o maior tamanho amostral. O poder estatístico do contingente de ACS participantes (erro de tipo ꞵ) foi testado a posteriori, para efeito de comparação entre os grupos relacionados às variáveis analisadas.

A coleta de dados foi realizada no Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest), no período de agosto a outubro de 2018, por uma equipe especialmente treinada, constituída de enfermeiros, médicos, nutricionistas, profissionais de educação física e alunos de iniciação científica. Os participantes responderam a um questionário autoaplicado, impresso, construído com base em estudos publicados55 Teixeira JRB, Mussi FC, Araujo TM, Boery EM, Casotti CA, Pereira R, et al. Factors associated with the work capacity of motorcycle taxi drivers. Cien Saude Colet. 2019;24(10):3957-67. doi: 10.1590/1413-812320182410.24702017.
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,1313 Alcantara MA, Duarte ACM, Simões MRL, Barroso HH, Barbosa REC, Fonseca GC. Fatores associados a multicomorbidades autorreferidas em trabalhadores da rede de saúde municipal. Rev Bras Saude Ocup. 2023;48:e2. doi: 10.1590/2317-6369/35120pt2023v48e2.
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e contemplando questões sobre informações sociodemográficas, laborais e clínicas.

A variável de desfecho “capacidade para o trabalho” foi avaliada por meio da aplicação de um instrumento, o índice global de capacidade para o trabalho (IGCT), já validado para o português do Brasil, composto por sete dimensões, a saber: (1) Capacidade atual para o trabalho, comparada com a melhor fase de toda a vida (uma questão); (2) Exigências físicas e mentais do trabalho (duas questões); (3) Doenças atuais diagnosticadas por médico (uma questão/lista com 56 doenças); (4) Perda estimada da capacidade para o trabalho devido às doenças (uma questão); (5) Absenteísmo por doenças (uma questão); (6) Prognóstico próprio sobre a capacidade de trabalho daqui a dois anos (uma questão); e (7) Recursos mentais (três questões).55 Teixeira JRB, Mussi FC, Araujo TM, Boery EM, Casotti CA, Pereira R, et al. Factors associated with the work capacity of motorcycle taxi drivers. Cien Saude Colet. 2019;24(10):3957-67. doi: 10.1590/1413-812320182410.24702017.
https://doi.org/10.1590/1413-81232018241...
O escore do IGCT foi calculado somando-se os pontos de cada dimensão, e a pontuação final obtida variou entre 7 (o pior índice) a 49 (o melhor índice), categorizado da seguinte forma: baixo (7 a 27); moderado (28 a 36); bom (37 a 43); e ótimo (44 a 49). Posteriormente, o IGCT foi dicotomizado: capacidade inadequada para o trabalho (índices baixo e moderado); capacidade adequada para o trabalho (índices bom e ótimo).55 Teixeira JRB, Mussi FC, Araujo TM, Boery EM, Casotti CA, Pereira R, et al. Factors associated with the work capacity of motorcycle taxi drivers. Cien Saude Colet. 2019;24(10):3957-67. doi: 10.1590/1413-812320182410.24702017.
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O comportamento sedentário foi mensurado utilizando-se os dados do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ)1414 Matsudo S, Araújo T, Matsudo VKR, Andrade D, Andrade E, Oliveira LC, et al. Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Rev Bras Ativ Fis Saude. 2001;6(2):5-18. doi: 10.12820/rbafs.v.6n2p5-18.
https://doi.org/10.12820/rbafs.v.6n2p5-1...
referentes à soma do tempo gasto sentado, considerando-se os dias da semana e os finais de semana. Foi feito um cálculo da média ponderada da seguinte maneira: tempo dos dias de semana multiplicado por 5, somado ao tempo dos dias de fim de semana multiplicado por 7, para se obter o número médio de horas por dia dispendidas na posição sentada.1515 Rocha BMC, Godbaum M, César CLG, Stopa SR. Sedentary behavior in the city of São Paulo, Brazil: ISA-Capital 2015. Rev Bras Epidemiol. 2019;22:e190050. doi: 10.1590/1980-549720190050.
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Aqui, a variável foi dicotomizada a partir da média de tempo na posição sentada: até 4 horas; mais de 4 horas.

A autopercepção de saúde foi avaliada pela proposição da seguinte questão, extraída do instrumento da pesquisa Vigitel:1616 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde, 2016 [citado 2023 Out 12]. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/marco/02/vigitel-brasil-2016.pdf.
http://portalarquivos2.saude.gov.br/imag...
Em comparação com pessoas da sua idade, como você considera o seu estado de saúde?.

Havia quatro opções de resposta: muito bom; bom; regular; ruim. Para fins de análise, a variável “percepção do estado de saúde” foi dicotomizada: “boa” (opções de resposta: muito bom; bom) ou “ruim” (opções de resposta: regular; ruim).

O indice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da obtenção das medidas de estatura e peso, durante a coleta dos dados. A estatura foi aferida utilizando-se um estadiômetro da marca SECA 206®, com precisão de 0,1 cm e capacidade máxima de 2,05 m, afixado em uma parede com ângulo de 90 graus em relação ao chão e sem rodapés. Solicitou-se aos ACS que ficassem em posição ortostática, com o olhar dirigido à frente, em linha reta. Para aferição do peso em quilogramas (kg), utilizou-se uma balança médica antropométrica mecânica da marca BALMAK 111®, com precisão de 100 g e capacidade de 300 kg, e o ACS vestido com roupas leves. O IMC foi calculado com a divisão do peso corporal pela altura ao quadrado (P/E22 Rodrigues DDM, Aquino RL, Antunes DE, Costa MM, Oliveira PC, Aragão AS. Work ability assessment for nursing team working at a large hospital in the region of triângulo mineiro – MG. Rev Min Enferm. 2019;23:e-1260. doi: 10.5935/1415-2762.20190108.
https://doi.org/10.5935/1415-2762.201901...
).1717 World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a World Health Organization Consultation. Geneva: World Health Organization, 2000. p. 256. Como não foram identificados indivíduos de baixo peso, para fins de análise, os participantes tiveram o IMC categorizado entre normal (IMC < 25 kg/m²) ou sobrepeso/obesidade (≥ 25 kg/m²).

A autoestima foi avaliada utilizando-se a Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR), adaptada e validade por Hutz1818 Hutz CS. Adaptação brasileira da Escala de Autoestima de Rosenberg [tese]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2000. para a população brasileira. A pontuação foi obtida por meio de uma escala Likert, que oferecia as seguintes opções de resposta: concordo plenamente (0 ponto); concordo (1 ponto); discordo (2 pontos); discordo plenamente (3 pontos). A pontuação final para autoestima variou de 0 (pior situação) a 30 pontos (melhor situação), e foi dicotomizada em dois níveis: alta autoestima (< 15); baixa autoestima (≥ 15).

Os sintomas depressivos foram avaliados pelo Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9),1919 Santos IS, Tavares BF, Munhoz TN, Almeida LSP, Silva NTB, Silva NTB, et al. Sensibilidade e especificidade do Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) entre adultos da população geral. Cad Saude Publica. 2013;29(8):1533-43. doi: 10.1590/0102-311X00144612.
https://doi.org/10.1590/0102-311X0014461...
instrumento que avalia sintomas de depressão ocorridos nos últimos 14 dias que antecederam a avaliação. Para cada pergunta do PHQ-9, há quatro opções de resposta: “nunca” (0 ponto); “em vários dias” (1 ponto); “em mais da metade do número de dias” (2 pontos); “em quase todos os dias” (3 pontos). A pontuação final é classificada em cinco grupos:2424 Ferraz L, Aerts DRGC. O cotidiano de trabalho do agente comunitário de saúde no PSF em Porto Alegre. Cien Saude Colet. 2005;10(2):347-55. doi: 10.1590/S1413-81232005000200012.
https://doi.org/10.1590/S1413-8123200500...
0 a 4 pontos (sem sintomas); 5 a 9 pontos (depressão leve); 10 a 14 pontos (moderada); 15 a 19 pontos (moderada a grave); e 20 a 27 (grave).1919 Santos IS, Tavares BF, Munhoz TN, Almeida LSP, Silva NTB, Silva NTB, et al. Sensibilidade e especificidade do Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) entre adultos da população geral. Cad Saude Publica. 2013;29(8):1533-43. doi: 10.1590/0102-311X00144612.
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Neste estudo, considerou-se a pontuação final superior a 9 como ponto de corte para a presença de sintomas de depressão.1919 Santos IS, Tavares BF, Munhoz TN, Almeida LSP, Silva NTB, Silva NTB, et al. Sensibilidade e especificidade do Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) entre adultos da população geral. Cad Saude Publica. 2013;29(8):1533-43. doi: 10.1590/0102-311X00144612.
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A avaliação do distúrbio de voz foi feita pelo índice de triagem de distúrbio de voz (ITDV), cujo objetivo é triar os sujeitos com possível alteração vocal. Trata-se de um instrumento composto de 12 itens: rouquidão, perda da voz, falha na voz, voz grossa, pigarro, tosse seca, tosse com secreção, dor ao falar, dor ao engolir, secreção na garganta, garganta seca e cansaço ao falar. Validado para a população brasileira de professores, embora já se tenha aplicado em outras categorias profissionais, inclusive os ACS,2020 Murta JAN, Barbosa MS, Caldeira AP, Barbosa-Medeiros MR, Rossi-Barbosa LAR. Factors associated with voice complaints in community health agents. CoDAS. 2021;33(1):e20200017. doi: 10.1590/2317-1782/20202020017.
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o ITDV compõe-se de uma escala Likert, com pontuação até 4, baseada nas seguintes opções de resposta: nunca; raramente; às vezes; sempre.2020 Murta JAN, Barbosa MS, Caldeira AP, Barbosa-Medeiros MR, Rossi-Barbosa LAR. Factors associated with voice complaints in community health agents. CoDAS. 2021;33(1):e20200017. doi: 10.1590/2317-1782/20202020017.
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Para fins de análise, essa variável foi dicotomizada: presente ou ausente, sendo considerado distúrbio de voz presente quando a resposta foi “às vezes” e “sempre”.2020 Murta JAN, Barbosa MS, Caldeira AP, Barbosa-Medeiros MR, Rossi-Barbosa LAR. Factors associated with voice complaints in community health agents. CoDAS. 2021;33(1):e20200017. doi: 10.1590/2317-1782/20202020017.
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A presença de hipertensão arterial foi avaliada com base no autorrelato dos participantes.

O tempo de exposição solar foi obtido a partir da seguinte pergunta: Quanto tempo você fica exposto ao sol durante o dia?, com as seguintes opções de resposta, em horas: 1 a < 2; 2 a < 4; 4 a < 5; e > 5.2121 Araújo FC, Sousa BRM, Leite GG, Freitas LC, Lemos ELC, Pires CAA. Avaliação dermatológica de agentes comunitários de saúde sujeitos à fotoexposição em região tropical do Brasil. Sci Med. 2016; 26(4):ID23897. doi: 10.15448/1980-6108.2016.4.23897;
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Posteriormente, a resposta foi dicotomizada: 1 a 4 horas; mais de 4 horas.

Finalmente, as variáveis de estudo foram agrupadas em três blocos:

  • a) Sociodemográficas

    • sexo (masculino; feminino);

    • raça/cor da pele (preta; branca);

    • estado civil [com companheiro(a); sem companheiro(a)];

    • escolaridade (ensino superior; ensino fundamental);

    • e renda familiar [em salários mínimos (salário mínimo em 2018 = R$ 954,00), assim categorizada: menos de 1 salário mínimo; 1 salário mínimo ou mais].

  • b) Laborais

    • capacidade para o trabalho [segundo o índice global de capacidade para o trabalho: inadequada (IGCT baixo/moderado); adequada (IGCT bom/ótimo)];

    • formação em saúde (sim; não);

    • tempo de trabalho como ACS (em anos: até 5; mais de 5); e

  • c) Clínicas

    • comportamento sedentário (horas/dia na posição sentada: até 4; mais de 4);

    • hipertensão arterial (sim; não);

    • percepção do estado de saúde (boa; ruim);

    • índice de massa corporal (IMC) (normal; sobrepeso/obesidade);

    • autoestima (alta; baixa);

    • sintomas depressivos (sim; não);

    • tempo de exposição ao sol (horas/dia: 1 a 4; mais de 4); e

    • presença de distúrbios da voz (sim; não).

Os dados foram analisados utilizando-se o software Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 21.0. Inicialmente, foi realizada a análise descritiva da distribuição de frequência (absoluta e relativa) da capacidade para o trabalho segundo características dos participantes. Em seguida, realizou-se a análise bivariada da associação dos fatores estudados com a capacidade inadequada para o trabalho, mediante o cálculo da estimativa da razão de prevalências (RP) bruta e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%), e do teste qui-quadrado de Pearson. As variáveis que apresentaram associação com o desfecho em um nível de significância ≤ 20% foram incluídas nos modelos de regressão múltipla de Poisson com variância robusta. Considerou-se como critério de permanência no modelo final as associações com nível de significância de 5% (p-valor < 0,05). A seleção das variáveis no modelo final foi realizada utilizando-se a estratégia backward stepwise.

Em atendimento à Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) n° 466, de 12 de outubro de 2012, o estudo foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (CEP/Unimontes) e foi aprovado: Parecer n° 2.425.756. Antes de iniciar a coleta de dados, os participantes leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS

Foram convidados a participar do estudo 797 ACS que atuavam na atenção primária à saúde do município; destes, 122 (15,3%) foram excluídos por desvio de atividade laboral, condição de grávida e/ou em período de afastamento gestacional, atuar na função há menos de um ano, ou estar afastado por concessão de licença para tratamento de saúde, obtendo-se uma amostra final de 675 ACSs. Não foram identificadas recusas, e a análise comparativa das principais características do grupo participante, em relação ao grupo excluído, tampouco mostrou diferenças estatisticamente significativas. O poder estatístico do cálculo a posteriori (teste post hoc) revelou-se acima de 80%.

A Tabela 1 apresenta a análise descritiva das características sociodemográficas, laborais e clínicas da população consultada. Entre os 675 ACSs, a média de idade foi de 36,71 ± 9,85, predominou o sexo feminino, a raça/cor de pele preta, não ter companheiro(a), nível de escolaridade até o ensino fundamental e renda familiar superior a 1 salário mínimo. Com relação à capacidade inadequada para o trabalho, observou-se uma prevalência de 25,8% (IC95% 22,7;29,2).

Tabela 1
Variáveis características da capacidade para o trabalho, sociodemográficas, laborais e clínicas dos agentes comunitários de saúde (n = 675), Montes Claros, Minas Gerais, 2018

A Tabela 2 apresenta os resultados das análises bruta e ajustada da associação entre a capacidade para o trabalho e as variáveis independentes consideradas. Na análise bivariada, foram estatisticamente associados com a capacidade inadequada para o trabalho o sexo, o estado civil, a escolaridade, a renda familiar, ter formação em saúde, o tempo de atuação como ACS, autorrelato de hipertensão arterial, a percepção do estado de saúde, ter sintomas depressivos, o tempo exposto ao sol e presença de distúrbios da voz. Na análise ajustada, permaneceram associadas à capacidade inadequada para o trabalho a atuação como ACS há mais de cinco anos (RP = 1,64; IC95% 1,24;2,18), a percepção do estado de saúde ruim (RP = 2,10; IC95% 1,56;2,83), ter sintomas depressivos (RP = 1,98; IC95% 1,54;2,55) e apresentar distúrbio da voz (RP = 1,85; IC95% 1,26;2,73).

Tabela 2
Análise bruta e ajustada para fatores sociodemográficos, laborais e clínicos e capacidade inadequada para o trabalho entre agentes comunitários de saúde (n = 675), Montes Claros, Minas Gerais, 2018

DISCUSSÃO

Entre os ACS atuantes nas ESF de Montes Claros, Minas Gerais, mais de um quarto apresentou capacidade inadequada para o trabalho. Atuar na função há mais de cinco anos, apresentar percepção do estado de saúde ruim, ter sintomas depressivos e distúrbio da voz estiveram associados com esse desfecho.

Esses resultados são relevantes, considerando-se tratar de parcela representativa dos ACS de Montes Claros. Prevalências mais elevadas de inadequação da capacidade para o trabalho foram encontrados em estudos realizados com ACS do município de Uberaba, também em Minas Gerais,33 Paula ÍR, Marcacine PR, Castro SS, Walsh IAP. Work ability, musculoskeletal symptoms and quality of life among community health workers in Uberaba, Minas Gerais, Brazil. Saude Soc. 2015;24(1):1-13. doi: 10.1590/S0104-12902015000100012.
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e de João Pessoa, capital do estado da Paraíba;1010 Barbosa AM, Lacerda DAL, Viana FDA. Análise da capacidade para o trabalho de agentes comunitários de saúde em João Pessoa-PB. Rev Bras Cien Saude. 2019;23(1):81-8. doi: 10.22478/ufpb.2317-6032.2019v23n1.37042.
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em ambos os estudos, mais da metade dos ACS investigados apresentavam comprometimento da capacidade para o trabalho.33 Paula ÍR, Marcacine PR, Castro SS, Walsh IAP. Work ability, musculoskeletal symptoms and quality of life among community health workers in Uberaba, Minas Gerais, Brazil. Saude Soc. 2015;24(1):1-13. doi: 10.1590/S0104-12902015000100012.
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,1010 Barbosa AM, Lacerda DAL, Viana FDA. Análise da capacidade para o trabalho de agentes comunitários de saúde em João Pessoa-PB. Rev Bras Cien Saude. 2019;23(1):81-8. doi: 10.22478/ufpb.2317-6032.2019v23n1.37042.
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Uma pesquisa com ACS realizada em Juiz de Fora, Minas Gerais,66 Moura DCA, Leite ICG, Greco RM. Prevalência de sintomas de depressão em agentes comunitários de saúde. Trab Educ Saude. 2020;18(2):e0026395. doi: 10.1590/1981-7746-sol00263.
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e outra em Pato Branco, Paraná,2222 Linhares JE, Marcis J, Tonello R, Pessa SLR, Oliveira GA. Evaluation of the Work Ability of workers in the furniture sector of a city in the south of Brazil. Gest Prod. 2019;26(3):e3619. doi: 10.1590/0104-530X3619-19.
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esta conduzida com trabalhadores do setor moveleiro, também apresentaram níveis de prevalência elevados do IGCT.66 Moura DCA, Leite ICG, Greco RM. Prevalência de sintomas de depressão em agentes comunitários de saúde. Trab Educ Saude. 2020;18(2):e0026395. doi: 10.1590/1981-7746-sol00263.
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,2222 Linhares JE, Marcis J, Tonello R, Pessa SLR, Oliveira GA. Evaluation of the Work Ability of workers in the furniture sector of a city in the south of Brazil. Gest Prod. 2019;26(3):e3619. doi: 10.1590/0104-530X3619-19.
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No contexto da atenção básica, os ACS se destacam como uma das categorias profissionais responsáveis pelas ações de prevenção e de promoção da saúde, fortalecendo o vínculo entre a população e os serviços.66 Moura DCA, Leite ICG, Greco RM. Prevalência de sintomas de depressão em agentes comunitários de saúde. Trab Educ Saude. 2020;18(2):e0026395. doi: 10.1590/1981-7746-sol00263.
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,1010 Barbosa AM, Lacerda DAL, Viana FDA. Análise da capacidade para o trabalho de agentes comunitários de saúde em João Pessoa-PB. Rev Bras Cien Saude. 2019;23(1):81-8. doi: 10.22478/ufpb.2317-6032.2019v23n1.37042.
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,1212 Costa EM, Ferreira DLA. Percepções e motivações de agentes comunitários de saúde sobre o processo de trabalho em Teresina, Piauí. Trab Educ Saude. 2011;9(3):461-78. doi: 10.1590/S1981-77462011000300007.
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Portanto, a elevada prevalência de capacidade inadequada para o trabalho, encontrada neste estudo, pode acarretar prejuízos significativos na assistência à população.

A amostra do estudo, majoritariamente feminina, confirma a predominância deste sexo nas funções relacionadas à assistência e cuidados de saúde, além de reafirmar um papel culturalmente associado à mulher, o de cuidadora.1010 Barbosa AM, Lacerda DAL, Viana FDA. Análise da capacidade para o trabalho de agentes comunitários de saúde em João Pessoa-PB. Rev Bras Cien Saude. 2019;23(1):81-8. doi: 10.22478/ufpb.2317-6032.2019v23n1.37042.
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Cumpre levantar a hipótese de essa questão sobre o gênero dos ACS refletir a maior resistência da comunidade a esse profissional enquanto homem e que, por viver no mesmo território onde trabalha, em suas visitas aos domicílios, em determinadas situações, como na discussão de problemas íntimos femininos e/ou familiares, pode trazer possíveis constrangimentos aos moradores e/ou suas famílias.1010 Barbosa AM, Lacerda DAL, Viana FDA. Análise da capacidade para o trabalho de agentes comunitários de saúde em João Pessoa-PB. Rev Bras Cien Saude. 2019;23(1):81-8. doi: 10.22478/ufpb.2317-6032.2019v23n1.37042.
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Embora ser do sexo feminino não tenha mostrado associação com a inadequação da capacidade para o trabalho, o predomínio de profissionais do sexo feminino na população estudada ressalta a necessidade de maior atenção às ACS, desde que a jornada da mulher não se restringe ao ambiente de trabalho, também incluindo o atentimento das demandas de seu domicílio.

Quanto às características clínicas dos ACS, a maioria dos participantes não apresentava comportamento sedentário, a despeito da elevada prevalência de sobrepeso/obesidade observada, concordante com outros trabalhos.2323 Barbosa AM, Lacerda DAL. Associação entre consumo alimentar e estado nutricional em agentes comunitários de saúde. Rev Bras Cien Saude. 2017;21(3):189-96. doi: 10.22478/ufpb.2317-6032.2017v21n3.25321.
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,2424 Ferraz L, Aerts DRGC. O cotidiano de trabalho do agente comunitário de saúde no PSF em Porto Alegre. Cien Saude Colet. 2005;10(2):347-55. doi: 10.1590/S1413-81232005000200012.
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Segundo Barbosa et al.,1010 Barbosa AM, Lacerda DAL, Viana FDA. Análise da capacidade para o trabalho de agentes comunitários de saúde em João Pessoa-PB. Rev Bras Cien Saude. 2019;23(1):81-8. doi: 10.22478/ufpb.2317-6032.2019v23n1.37042.
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a prevalência de obesidade contribui com o surgimento de outras morbidades e o comprometimento da capacidade para o trabalho; entretanto, essa associação não foi identificada no presente estudo.

A análise de regressão múltipla mostrou que o tempo de serviço superior a cinco anos, a percepção do estado de saúde, a presença de sintomas depressivos e distúrbios da voz guardaram associação com o desfecho, no modelo final.

Em relação ao tempo de trabalho na função de ACS, conforme reportado em uma revisão sistemática da literatura, verifica-se uma tendência de piora da capacidade para o trabalho à medida que se estende o tempo de trabalho desse profissional ao longo da vida.11 Godinho MR, Ferreira AP, Fayer VA, Bonfatti RJ, Greco RM. Capacidade para o trabalho e fatores associados em profissionais no Brasil. Rev Bras Med Trab. 2017;15(1):88-100. doi: 10.5327/Z1679443520177012.
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Este resultado pode ser explicado pelo fato de mais tempo de serviço significar mais tempo de exposição aos riscos associados ao trabalho; o que pode desencadear doenças e outros distúrbios, que comprometem a capacidade para o trabalho.55 Teixeira JRB, Mussi FC, Araujo TM, Boery EM, Casotti CA, Pereira R, et al. Factors associated with the work capacity of motorcycle taxi drivers. Cien Saude Colet. 2019;24(10):3957-67. doi: 10.1590/1413-812320182410.24702017.
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Contudo, o efeito do tempo de atuação na redução da capacidade de trabalho do ACS não é uniformemente aceito entre os pesquisadores. Alguns autores sustentam que o maior tempo de trabalho promove maior engajamento com a profissão,2424 Ferraz L, Aerts DRGC. O cotidiano de trabalho do agente comunitário de saúde no PSF em Porto Alegre. Cien Saude Colet. 2005;10(2):347-55. doi: 10.1590/S1413-81232005000200012.
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favorece o estabelecimento do vínculo e a confiança dos usuários no trabalho dos ACS, colaborando para o melhor desempenho de suas funções.66 Moura DCA, Leite ICG, Greco RM. Prevalência de sintomas de depressão em agentes comunitários de saúde. Trab Educ Saude. 2020;18(2):e0026395. doi: 10.1590/1981-7746-sol00263.
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,1010 Barbosa AM, Lacerda DAL, Viana FDA. Análise da capacidade para o trabalho de agentes comunitários de saúde em João Pessoa-PB. Rev Bras Cien Saude. 2019;23(1):81-8. doi: 10.22478/ufpb.2317-6032.2019v23n1.37042.
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,1212 Costa EM, Ferreira DLA. Percepções e motivações de agentes comunitários de saúde sobre o processo de trabalho em Teresina, Piauí. Trab Educ Saude. 2011;9(3):461-78. doi: 10.1590/S1981-77462011000300007.
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A percepção ruim do estado de saúde esteve associada à maior prevalência de capacidade inadequada para o trabalho, corroborando estudos conduzidos com diferentes categorias profissionais.44 Alcantara MA, Medeiros AM, Claro RM, Vieira MT. Determinants of teachers’ work ability in basic education in Brazil: Educatel Study, 2016. Cad Saude Publica. 2019;35(Suppl 1):e00179617. doi: 10.1590/0102-311X00179617.
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,77 Amorim JSC, Mesas AE, Trelha CS. Fatores associados à ótima capacidade para o trabalho em servidores idosos de uma universidade no Sul do Brasil. Rev Bras Saude Ocup. 2018;43:e15. doi: 10.1590/2317-6369000016816.
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Conforme discutido em uma avaliação da capacidade para o trabalho de servidores de uma instituição de ensino superior no Sul do Brasil,77 Amorim JSC, Mesas AE, Trelha CS. Fatores associados à ótima capacidade para o trabalho em servidores idosos de uma universidade no Sul do Brasil. Rev Bras Saude Ocup. 2018;43:e15. doi: 10.1590/2317-6369000016816.
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a saúde foi um dos fatores que mais influenciaram positivamente a maior produtividade no trabalho. A autoavaliação do estado de saúde é um importante preditor de aposentadoria precoce, pois avalia o indivíduo em seus aspectos físico, mental e social. A influência do estado de saúde sobre a capacidade para o trabalho é clara, sendo considerado um recurso fundamental para que o profissional atinja seu potencial produtivo.44 Alcantara MA, Medeiros AM, Claro RM, Vieira MT. Determinants of teachers’ work ability in basic education in Brazil: Educatel Study, 2016. Cad Saude Publica. 2019;35(Suppl 1):e00179617. doi: 10.1590/0102-311X00179617.
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Os dados desta pesquisa evidenciaram que a prevalência de capacidade inadequada para o trabalho foi cerca de duas vezes maior entre os ACS que apresentavam sintomas de depressão, quando comparados àqueles sem esses sintomas. O achado é semelhante ao de outro estudo com ACS, realizado na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais.66 Moura DCA, Leite ICG, Greco RM. Prevalência de sintomas de depressão em agentes comunitários de saúde. Trab Educ Saude. 2020;18(2):e0026395. doi: 10.1590/1981-7746-sol00263.
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Em mais um estudo com ACS, este na cidade de Uberaba, também em Minas Gerais,33 Paula ÍR, Marcacine PR, Castro SS, Walsh IAP. Work ability, musculoskeletal symptoms and quality of life among community health workers in Uberaba, Minas Gerais, Brazil. Saude Soc. 2015;24(1):1-13. doi: 10.1590/S0104-12902015000100012.
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menores escores que avaliavam o impacto de problemas emocionais no trabalho e na saúde mental dos indivíduos associaram-se, significativamente, com a redução da capacidade para o trabalho.

Conforme Martinez et al.,1111 Martinez MC, Latorre MRDO, Fischer FM. Stressors influence work ability in different age groups of nursing professionals: 2-year follow-up. Cien Saude Colet. 2017;22(5):1589-1600. doi: 10.1590/1413-81232017225.09682015.
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a forma como o trabalho se organiza pode influenciar – positiva ou negativamente – na saúde ocupacional, mostrando-se necessário estabelecer um equilíbrio entre as expectativas e a realidade laboral e, assim, se promover a sanidade mental dos profissionais. Distúrbios mentais podem resultar da natureza e da sobrecarga das atividades dos ACS, além das condições em que são executadas,2525 Silva ATC, Lops CS, Susser E, Menezes PR. Work-related depression in primary care teams in Brazil. Am J Public Health. 2016;106(11):1990-7. doi: 10.2105/ajph.2016.303342.
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podendo levar a comprometimento, menor efetividade das funções e aumento das chances de afastamento do trabalho por licença de saúde.66 Moura DCA, Leite ICG, Greco RM. Prevalência de sintomas de depressão em agentes comunitários de saúde. Trab Educ Saude. 2020;18(2):e0026395. doi: 10.1590/1981-7746-sol00263.
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Os sintomas depressivos representam um grave problema de saúde pública, importante causa de incapacidade e de afastamento do trabalho, no mundo. A elevada prevalência de sintomas de depressão entre os trabalhadores da área da saúde pode ter graves repercussões, tanto para o trabalhador (ausência do trabalho, baixa produtividade, suicídio) quanto para os usuários dos serviços (imperícia e negligência no atendimento),2525 Silva ATC, Lops CS, Susser E, Menezes PR. Work-related depression in primary care teams in Brazil. Am J Public Health. 2016;106(11):1990-7. doi: 10.2105/ajph.2016.303342.
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razão por que se deve dedicar à saúde mental e à organização do trabalho um espaço privilegiado na discussão e efetivação de políticas públicas, visando promover a saúde dos profissionais ACS.

Foi verificada elevada prevalência de distúrbios da voz entre os ACS estudados, que estiveram associados à capacidade inadequada para o trabalho. Estudo com ACS da região leste do município de São Paulo2626 Cipriano FG, Ferreira LP. Queixas de voz em agentes comunitários de saúde: correlação entre problemas gerais de saúde, hábitos de vida e aspectos vocais. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2011;16(2):132-9. doi: 10.1590/S1516-80342011000200005.
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identificou alta prevalência de queixas, como rouquidão, garganta seca, falta de ar e cansaço ao falar. Estes sintomas podem estar associados à elevada demanda vocal exigida nas atividades desenvolvidas pelos ACS, como visitas domiciliares, cadastramento de famílias e reuniões comunitárias, tornando esses profissionais mais suscetíveis a distúrbios da voz. Condições ambientais inadequadas à realização das atividades – alto ruído ambiente, alterações de temperatura, presença de fumaça e poeira –, além de exigirem frequentemente falar mais alto, quando associadas à baixa ingestão hídrica, podem favorecer esses distúrbios.2222 Linhares JE, Marcis J, Tonello R, Pessa SLR, Oliveira GA. Evaluation of the Work Ability of workers in the furniture sector of a city in the south of Brazil. Gest Prod. 2019;26(3):e3619. doi: 10.1590/0104-530X3619-19.
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,2626 Cipriano FG, Ferreira LP. Queixas de voz em agentes comunitários de saúde: correlação entre problemas gerais de saúde, hábitos de vida e aspectos vocais. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2011;16(2):132-9. doi: 10.1590/S1516-80342011000200005.
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Ainda, por residirem na mesma comunidade em que trabalham, os ACS podem realizar orientações após o expediente do trabalho, o que intensifica o uso da voz.2626 Cipriano FG, Ferreira LP. Queixas de voz em agentes comunitários de saúde: correlação entre problemas gerais de saúde, hábitos de vida e aspectos vocais. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2011;16(2):132-9. doi: 10.1590/S1516-80342011000200005.
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Quanto às limitações deste estudo, seu delineamento transversal sujeita-o ao chamado “efeito do trabalhador sadio”: os trabalhadores afastados – de férias ou de licença de saúde – foram excluídos da amostra, o que pode ter subestimado o índice de capacidade para o trabalho. Uma segunda limitação seria que, apesar de os estudos transversais proporcionarem a identificação de fatores de risco ou de proteção para a capacidade laboral, eles não permitem estabelecer relações de causa e efeito. Entretanto, há de se considerar que a amostra foi representativa da população de ACS e as variáveis investigadas foram obtidas a partir de questionários previamente validados.

Conclui-se que a prevalência de capacidade inadequada para o trabalho entre os ACS foi elevada, tendo-se encontrado fatores laborais e clínicos associados a esse desfecho. A presente avaliação das condições de trabalho dos ACS pode contribuir para o planejamento de ações preventivas e de promoção da capacidade para o trabalho, além de despertar o interesse de outros pesquisadores sobre o tema. Políticas públicas efetivas de assistência à saúde dos ACS devem ser estimuladas e implementadas, no sentido de prevenir a capacidade inadequada para o trabalho dos agentes da saúde nas comunidades.

Finalmente, aponta-se a necessidade de investimento público pelas três esferas da gestão do SUS, visando oferecer melhores condições de trabalho e valorizar os ACS à altura da importância de sua função no contexto da atenção básica à saúde dos brasileiros e brasileiras.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Abr 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    24 Ago 2023
  • Aceito
    03 Jan 2024
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