Resumo
Objetivo:
Analisar a prevalência e fatores associados à autoavaliação de saúde ruim segundo o sexo em Manaus.
Métodos:
Trata-se de estudo transversal de base populacional com adultos residentes em Manaus em 2019. Razões de prevalências (RP) ajustadas e intervalos de confiança de 95% (IC95%) foram calculadas por regressão de Poisson hierarquizada.
Resultados:
Saúde autoavaliada como ruim ocorreu em 35,2% (IC95% 33,3;37,2) dos 2.321 participantes e foi maior no sexo feminino (RP = 1,27; IC95% 1,13;1,43). Na população geral, em ambos os sexos, saúde autoavaliada como ruim foi maior entre os mais velhos, com insegurança alimentar moderada e grave e com presença de doenças crônicas (p-valor < 0,05). No sexo feminino, saúde ruim foi maior em evangélicas e com insegurança alimentar leve. No masculino, aposentados e com nível de ensino inferior ao fundamental também apresentaram pior autoavaliação (p-valor < 0,001).
Conclusão:
Pessoas do sexo feminino apresentaram pior avaliação de saúde, influenciada por morbidade e acesso a alimentação.
Palavras-chave:
Autoavaliação; Iniquidade de Gênero; Estudos Transversais; Doenças Crônicas; Insegurança Alimentar
Contribuições do estudo
Principais resultados
Em 2019, um terço dos manauaras autoavaliaram a saúde como ruim, observando- -se maior frequência no sexo feminino, idosos, desempregados, aposentados, evangélicos, obesos, com menor escolaridade, em insegurança alimentar e com multimorbidade.
Implicações para os serviços
Maior atenção deve ser prestada ao estado de saúde das mulheres manauaras; estas apresentam pior autoavaliação de saúde, especialmente em situações de restrição do acesso a alimentos e presença de doenças crônicas.
Perspectivas
Pesquisas futuras que investiguem a autoavaliação de saúde negativa autorreferida com dados clínicos ou laboratoriais podem trazer melhores evidências sobre a magnitude do problema na população geral.