Resumo
O objetivo central deste artigo é refletir sobre a responsabilidade moral individual com a crise ambiental atual, propondo certas virtudes ecológicas para lidar com esse problema. Para tal fim, inicio defendendo a ética das virtudes como uma abordagem superior aos modelos éticos utilitarista e deontológico para o tratamento das questões ambientais. Após, exploro a pertinência de contarmos com certas virtudes ecológicas privadas para o enfrentamento do problema, tais como benevolência, humildade e, especialmente, frugalidade. Na sequência, investigo a necessidade de contarmos com certas virtudes ecológicas públicas, tais como sustentabilidade e justiça, a fim de identificarmos políticas públicas eficientes nesse contexto. Por fim, aponto para os limites da ética das virtudes, que, em geral, se baseia em uma teleologia robusta que fundamenta as virtudes na ideia da vida boa/racional, e isto não parece adequado à pluralidade contemporânea. Para tratar dessa limitação, proponho um procedimento contratualista para a escolha das virtudes que estaria de acordo com a diversidade.
Palavras-chave: Mudanças climáticas; Ética das virtudes; Benevolência; Humildade; Frugalidade; Sustentabilidade; Justiça.