Desvendando as relações |
Introdução do tema da identidade social, com uma dinâmica de apresentação para compreensão e reflexão dos processos relacionais que envolvem a construção identitária dos participantes, a partir de características relacionadas a(o): indivíduo, relações de amizade e relação familiar. |
Os principais termos apresentados para representar suas características pessoais foram: carinhoso, alegre, organizado, comunicativo, calmo, preguiçoso, ciumento, irritado, bravo, mal-humorado e triste. Acerca das relações familiares destacaram os conflitos, indiferença, ruim, controle, apoio, diversão, companheirismo, amizade e amor. No que condiz às relações de amizades foram apreendidos termos como alegria, diversão, muito bom, companheirismo, união, bem-estar, brigas e falsidade. Dessa forma, as relações em família foram tomadas em discussão à luz da confiança e suporte a enfrentamentos, mas obtiveram uma relevância menor ao compará-las com as de amizade. Nesse aspecto, a amizade foi enaltecida como diversão, acolhimento e aconselhamento, e para alguns participantes, esteve retratada como apoio para as dificuldades vividas em família. |
Significando a relação de amizade |
Esse Círculo apoiou-se no significado da relação de amizade, e para problematizar o assunto foi proposto a construção de estátuas vivas que as representassem as relações de amizade. Os resultados foram registrados através de fotografias e posteriormente discutidos entre os integrantes. |
As estátuas apresentadas representaram a alegria e afeto proporcionados pelas relações de amizade, porém retrataram a dificuldade de todos se relacionarem de forma harmoniosa, destacando ciúmes e falsidade nessas interações. A questão do pertencimento de grupo sobressaiu, assim como os efeitos de sentimentos negativos, quando esse pertencimento não acontece da forma esperada. Outro ponto destacado foi a essência do apoio nessas relações, enaltando que confiança e união são indispensáveis nos momentos difíceis. |
Apoiando um ao outro |
Partindo do destaque frente ao apoio nas relações de amizade, identificado no Círculo anterior, a reflexão dessa temática foi proposta por meio da dinâmica da cadeira humana. Nesta atividade o objetivo era que os adolescentes se mantivessem sustentados em roda, sem o apoio das cadeiras. Por tratar-se de uma atividade descontraída, coube aos adolescentes a percepção de que o sucesso da dinâmica dependeria do empenho, colaboração e motivação coletiva. Assim, para a problematização, foi proposto uma reflexão acerca das estratégias e dificuldades encontradas, traçando um paralelo com as relações de amizade. |
O trabalho colaborativo em equipe teve seu reconhecimento, visto que relataram os esforços desempenhados para manter o grupo em pé, reforçando a importância da superação das dificuldades para uma relação de amizade saudável. Outro ponto elencado foi a confiança, alguns relataram a necessidade de confiar no amigo, da mesma forma, reconheceram que algumas pessoas fizeram mais esforços do que as outras para apoiar o peso dos colegas. Em comparativo com as relações de amizade, os adolescentes reforçaram como é fundamental ser confiável e confiar no outro, desenvolvendo um caráter reflexivo acerca de valores e princípios indispensáveis as interações sociais, direcionando ações individuais e coletivas, determinantes do pertencimento e convivência social. |
As nuances da amizade |
Partindo da temática confiança na relação de amizade, para esse Círculo foi escolhida a dinâmica da cobra cega. Para a atividade os deveriam ficar em duplas, sendo um deles vendado e o outro o condutor. Esse último recebia orientações do caminho a ser percorrido, sendo responsável por passar as coordenadas ao conduzido. Para problematização, foi solicitado que os participantes trouxessem os sentimentos frente às suas ações de condutores e conduzidos. |
Os condutores relataram: dificuldade em conduzir a atividade do outro, medo em machucar o colega, nervoso em ter que manter o controle da situação e alegria em fazer o colega esbarrar nos obstáculos. Já os sentimentos dos conduzidos foram de medo em confiar nas ordens do colega, preocupação por não saber qual percurso seria realizado, confiança no condutor e ansiedade em passar pelo percurso corretamente. Nesse cenário, a presença dos obstáculos foi enfatizada e relacionada àqueles enfrentados cotidianamente nas relações de amizade, que, na maioria das vezes, são facilmente resolvidos, assim como os sentimentos decorrentes desses enfrentamentos. Para avaliar o alcance do CC questionou-se acerca do que é preciso para manter essa relação, os adolescentes destacaram: confiança; união; apoio; paciência; amor; verdade; respeito; companheirismo; saber ouvir; lealdade e carinho. |
Confiando nas relações |
Este CC teve como propósito focar nas dificuldades das relações de amizades. Para sensibilizar foi realizada a dinâmica da targeta móvel, solicitando que respondessem a seguinte questão: “Quais dificuldades EU tenho para me relacionar com meus amigos?”. As principais dificuldades elencadas foram: timidez, orgulho, ser chato, ser difícil de lidar, ser estressado, ter ciúmes dos amigos, achar que sempre está certo, gostar das coisas do seu jeito, não aturar falsidade, não confiar no outro. Para problematizar, as targetas foram agrupadas conforme semelhanças e refletidas em grupo, surgindo como temas centrais o orgulho e a dificuldade em confiar. |
Após esse processo reflexivo, foi solicitado que eles propusessem maneiras de enfrentamento das dificuldades centrais. As estratégias elencadas foram: Orgulho (enxergar os próprios erros, pedir desculpas, aceitar ajuda e aceitar a opinião dos outros); Confiança (guardar segredos e ter maturidade). Para avaliar o alcance do Círculo proposto, foi realizada uma dinâmica, que consistia em colocar um balão entre os adolescentes, com um ao lado do outro, sendo que deveriam conseguir locomover-se lateralmente sem deixá-lo cair, buscando assim, estimular a comunicação, trabalho em equipe e apoio entre eles. |
Desvelando o Eu na relação de amizade |
A partir das características elencadas pelos participantes nas suas relações de amizade, o Tema do último CC foi identificar o EU dos adolescentes nessas relações. Assim, para problematização foi proposto a construção de um Bodymap, onde deveria ser colocado, de um lado as características de "Como EU quero ser nas minhas relações de amizade". No outro lado, eles deveriam colocar "Como meus amigos querem que EU seja nas relações de amizade". |
As características destacadas no “Como EU quero ser nas minhas relações de amizade” foram: ser menos ciumento, menos tímido, mais calmo, não contar os segredos, aceitar mais a opinião do outro e ser sincero. E “Como meus amigos querem que EU seja”, surgiram expressões como: ser simpático, sincero, guardar segredo e falar o que eles gostam de ouvir. No processo de reflexão dessa atividade, foi possível apreender importantes características das relações de amizades, que também flutuaram nos outros CC, e transparecem a implicação dessas interações para a edificação tanto da identidade pessoal, quanto social desses adolescentes. |