Resiliência de pessoas com diabetes mellitus durante a pandemia da COVID-19

Estudo transversal realizado com 235 pessoas com diabetes por meio de um formulário compartilhado em mídias sociais com dados sociodemográficos e clínicos e a escala de resiliência de Connor-Davidson validada para o contexto brasileiro. Os escores da escala foram comparadas com dados sociodemográficos e clínicos pelos testes t de Student, análise de variância e Mann-Whitney.

Resultados:

A pontuação média da escala de resiliência foi 63,58+14,5. Os maiores escores de resiliência foram evidenciados em homens, pessoas com maior renda, maior escolaridade, usuários de antidiabéticos orais, que tinham alimentação saudável e que realizavam atividade física e acompanhamento com a equipe de saúde.

Conclusão:

A média da resiliência foi inferior ao escore evidenciado na literatura e os grupos com escores mais altos tinham melhores comportamentos de saúde.

Palavras-chave:
Diabetes mellitus; COVID-19; Resiliência psicológica; Prevenção de doenças; Equipe de assistência ao paciente; Saúde mental; Enfermagem

Variáveis	n	%	Média +DP	p
Escala Resiliência total			63,58+14,57
Sexo (N=235)				0,033^†
Feminino	201	85,5	62,75+14,3
Masculino	34	14,5	68,50+15,0
Idade (N=235)				0,279*
18(( 24	40	21,3	61,95+12,9
25(( 34	61	35,3	61,13+16,3
35(( 44	75	28,1	65,12+13,2
45(( 87	59	11,5	65,27+15,0
Estado civil (N=235)				0,288^†
Com companheiro	126	53,6	64,52+14,9
Sem companheiro	109	46,4	62,50+14,1
Religião (N = 233)				0,526^†
Sim	195	83,7	63,69+13,59
Não	38	16,3	62,05+18,8
Renda (Salário-mínimo^‡) (N=210)				0,003*
Até 2	49	23,3	56,86^a+17,4
3 - 4	56	26,7	62,75^ab+13,0
5 - 6	46	21,9	66,02^b+13,7
7 ou +	59	28,1	66,31^b+12,6
Escolaridade (N=235)				<0,001*
Pós-graduação	98	41,7	66,41^b+14,5
Ensino superior	82	34,9	65,48^b+11,5
Até ensino médio	55	23,4	55,73^a+17,4
Trabalho (N=235)				0,614^†
Sim	202	86	63,78+15,0
Não	33	14	62,39+11,6

Variáveis	N	%	Média + DP
Tipo de diabetes (N=233)				0,071*
Tipo 1	191	82	63,64+14,2
Tipo 2	27	11,6	67,41+13,2
LADA	15	6,4	56,60+19,6
Tratamento Farmacológico (N= 232)				0,016*
Antidiabéticos orais	18	7,8	68,50+13,7
Insulina	214	92,2	63,18+14,5
Comorbidades (N=235)				0,461^†
Não	132	56,2	62,96+14,1
Sim	103	43,8	64,38+15,1
Complicações (N=235)				0,458^†
Sim	67	28,5	62,46+16,0
Não	168	71,5	64,03+13,9

Variáveis	n	%	Média	p
Realiza monitorização glicêmica (n=235)				0,770 ^‡
Sim	230	97,8	63,57+14,6
Não	5	2,1	64,4+14,2
Tipo de monitorização (n=230)				0,002*
Glicemia capilar	125	54,4	60,44^a+15,2
Sensor	21	9,1	66,81^b+14,1
Os dois	84	36,5	67,4^b+12,6
Apoio no tratamento (N=232)				0,781^†
Sim	149	64,2	63,83+14,2
Não	83	35,8	63,27+15,3
Alimentação saudável (n=235)				<0,001*
Sempre	43	18,3	67,86^b+15,5
Quase sempre	123	52,4	65,33^b+65,33
Às vezes	48	20,4	59,33^a+15,5
Quase nunca	21	8,9	54,33^a+17,2
Exercício Físico (n=230)				0,014*
7 vezes/semana	12	5,2	58,50^a+19,9
5 a 6 vezes/semana	26	11,3	68,12^b+10,6
3 a 4 vezes/semana	54	23,5	68,15^b+13,4
1 a 2 vezes/semana	60	26,1	63,47^a+14,1
Nenhuma	78	33,9	60,71^a+14,8
Acompanhamento com equipe de saúde (n=235)				0,011*
Telemedicina	66	28,1	67,15+13,9
Presencial	121	51,5	63,48+13,5
Não realiza	48	20,4	58,94+16,6

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[1] Autor correspondente:
Marília Araripe Ferreira E-mail: mariliararipef@gmail.com