RESUMO
Objetivo:
Mensurar a prevalência de burnout e de biomarcadores salivares em policiais militares do quadro de saúde de São Paulo que atuaram frente à pandemia do Covid-19.
Métodos:
Realizado estudo observacional com corte transversal em amostra de 104 participantes estratificado por idade, cor da pele, gênero, patente militar, função desempenhada, tempo de serviço, uso de medicamentos, tabagismo, etilismo e renda econômica. A apuração dos dados sociodemográficos coletados utilizou o inventário de burnout de Maslach- adaptado e exame da saliva, através da espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier. Os testes estatísticos de qui-quadrado, de PLS-DA e de hipótese foram fixados em IC=95%.
Resultados:
Quando em análise conjunta, os indicadores sociodemográficos apresentaram associação estatística com burnout, pelo p-valor de 62,72. Do total da amostra 80,77% apresentaram burnout e 19,23% apresentaram risco de desenvolvimento. Os testes salivares indicaram a presença de biomarcadores (amida, fragmentos genéticos e polissacarídeos) que reforçam os parâmetros validados de diagnóstico precoce para burnout.
Conclusões:
Do total da amostra estudada, 80,77% apresentaram burnout e 19,23% risco de desenvolvimento da doença. Mulheres brancas, entre 30 a 40 anos, auxiliares de saúde, com mediana entre 03 e 06 salários mínimos e com menos de 10 anos de serviço apresentaram as prevalências mais altas do burnout quando comparados aos seus pares durante o enfrentamento do Covid-19. Houve associação dos indicadores sociodemográficos em sua totalidade em relação aos níveis mensurados de estresse. Biomarcadores salivares apresentaram associação com estresse na fase inicial.
Termos de indexação
Covid-19; Esgotamento psicológico; Saúde mental