RESUMO
Objetivo:
O objetivo deste estudo foi investigar o impacto das lesões de desgaste dentário erosivo na qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) de pré-escolares.
Métodos:
Exames clínicos foram conduzidos em 815 crianças de 3 e 4 anos de idade durante a Campanha Nacional de Multivacinação Infantil. Os pais ou responsáveis foram convidados a responderam a versão brasileira do Early Childhood Oral Health Impact Scale (B-ECOHIS). A prevalência e a gravidade das lesões de desgastes dentários erosivos foram avaliadas de acordo com o índice de O’Brien (1994). Também foram coletados dados socioeconômicos e variáveis da criança. A QVRSB foi mensurada por meio dos domínios e escore total do B-ECOHIS. A análise de regressão de Poisson foi adotada para associar as lesões de desgaste dentário erosivo ao desfecho e ajustada para cárie dentária e lesões dentárias traumáticas.
Resultados:
A proporção de crianças que apresentavam pelo menos 1 dente apresentando desgaste dentário erosivo foi 51,2%. A maioria das lesões de desgaste dentário erosivo estava confinada ao esmalte (42,7%). A análise ajustada multivariada revelou que apenas que a idade (crianças de 4 anos) foi associada a um impacto negativo nos domínios de sintomas (RR=1,70; p=0,010), limitação funcional (RR=1,85; p=0,005) e escore total do B-ECOHIS (RR= 1,63; p=0,006). Famílias com 2 ou mais filhos tiveram um impacto negativo nos dominíos de autoestima e interação social (RR=5,41; p=0,043). As lesões de desgaste dentário erosivo não foram associadas ao escore total de B-ECOHIS (RR= 0,79; p=0,163) e domínios individuais.
Conclusão:
As lesões de desgaste dentário erosivo não afetaram a qualidade de vida de pré-escolares da amostra estudada.
Termos de indexação:
Qualidade de vida relacionada à saúde bucal; Prevalência; Erosão dentária