RESUMO
Objetivo:
Comparar a dinâmica da deglutição e trânsito do bolo alimentar na cavidade oral e na faringe entre usuários de próteses totais bem adaptadas e indivíduos dentados.
Métodos:
Vinte e sete usuários de prótese total (43 a 77 anos), avaliados com e sem as próteses, e 26 controles (41 a 74 anos) foram examinados com estudo videofluoroscópico da deglutição com bolos líquido, pastosos e sólido (biscoito e torrada), em duplicata e em sequência aleatória.
Resultados:
Resíduos orais após a deglutição líquida (em 56% das deglutições), na consistência purê (em 71% das deglutições) e com torradas (em 41% das deglutições), foram mais frequentes do que nos controles (líquido 13%, purê 43 % e torradas 15% das deglutições, p ≤ 0,04). Em usuários de próteses os tempos de trânsito oral, trânsito faríngeo e trânsito pelo esfíncter superior do esôfago foram mais longos com o bolo líquido; os tempos de trânsito faríngeo e orofaríngeo foram mais longos com o bolo purê; e o tempo de trânsito orofaríngeo foi mais longo com o biscoito. Os resultados da avaliação sem próteses foram mais próximos dos controles ao engolir bolo pastoso. A aspiração laríngea não foi observada em nenhum dos indivíduos.
Conclusão:
Usuários de próteses totais removíveis tendem a ter maior tempo de trânsito faríngeo do que indivíduos dentados. Embora resíduo oral e longo trânsito faríngeo aumentem o risco de aspiração para vias aéreas, isso não foi observado nesta investigação.
Deglutição
Prótese dentária; Transtornos de deglutição