Resumo
Este artigo pretende refletir, a partir das cartas de Lima Barreto e de Paulo Barreto, como se opera a relação entre a literatura e o mundo do trabalho, nas primeiras décadas do século XX. Por meio da heterogeneidade das epístolas, se busca entender como o processo da criação ficcional, no contexto de sua produção e circulação, se realiza na tensão entre a arte e o mercado. Balizada na história cultural e na escrita íntima, este estudo procura igualmente mostrar como a correspondência se torna um instrumento necessário para o artista construir uma imagem de si, bem como uma ferramenta mediadora para fazer negócios e para a publicização dos textos literários. Assim, se intenta contribuir para o aprofundamento da obra desses dois escritores, expondo a complexidade do processo histórico de produção e divulgação de seus livros.
Palavras-chave
Cartas; literatura; trabalho; comércio; história