Resumo
O período em torno da formalização da União Sul-Africana (1910) foi caracterizado por debates políticos acerca da identidade nacional sul-africana, bem como pela promulgação de legislações de caráter segregacionista e da negação de direitos políticos à população negra. Nesse contexto, o romancista britânico H. Rider Haggard (1856-1925) retornou à África do Sul, onde viveu em sua juventude, e registrou suas impressões de viagem em diários. O artigo visa analisar as marcas da articulação política e da resistência africana nos diários de viagem de Haggard, com atenção especial ao contexto laboral e aos mundos do trabalho de sul-africanos negros e dos chamados “brancos pobres”. A despeito do alinhamento político de Haggard, os relatos do romancista possibilitam vislumbrar rastros fragmentários das reivindicações desses sujeitos históricos num contexto de institucionalização de leis excludentes.
Palavras-chave
História da África; África do Sul; H. Rider Haggard; colonialismo; relatos de viajantes