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Editorial

A edição 173 reitera o perfil da Revista de História desde sua criação em 1950. O conjunto de 15 artigos e 6 resenhas pauta-se pela abrangência temporal e pela diversificação temática, contribuindo igualmente para a renovação dos métodos de pesquisa no âmbito da historiografia antiga, medieval, moderna e contemporânea. Os três primeiros artigos nos propõem uma densa reflexão sobre temas clássicos da historiografia da antiguidade, tais como: a concepção de mercado econômico, a noção de redes de comunicação e a idéia de fim do mundo antigo. Alexandre G. de Carvalho reconstitui o debate em torno da obra do historiador da economia e antropólogo húngaro Karl Polanyi (1886-1964), procurando problematizar o uso da noção de economia de mercado aplicada ao contexto mesopotâmico na Antiguidade. Por sua vez, Julio César Magalhães de Oliveira analisa as controvérsias entre Agostinho e Pelágio em torno da graça, considerando a troca de correspondências entre as comunidades cristãs situadas na orla do Mediterrâneo. Gabriel de C. G. Castanho aborda a "solidão" monástica por meio das tópicas discursivas relacionadas com a experiência do deserto, aspecto menos conhecidos da vida dos eremitas e monges do cristianismo oriental na Alta Idade Média. Lucilene Reginaldo nos apresenta um missionário leigo negro, formado no curso de cânones em Coimbra, natural de Mariana (Minas Gerais) que, juntamente com outros 21 religiosos, atuaram no Bispado de Angola na década de 1780. Desde os confins da Amazônia colonial, Francismar Alex Lopes de Carvalho estuda o papel dos auxiliares indígenas dos missionários jesuítas. Completando o conjunto de artigos concernentes ao século XVIII, Tiago Kramer de Oliveira revisita a historiografia mato-grossense, considerando as atividades agrícolas na configuração das espacialidades econômicas no Extremo Oeste. Sérgio Hamilton da Silva Barra oferece um panorama geral sobre as atividades da Impressão Régia no Rio de Janeiro ampliando significativamente nosso conhecimento sobre a cultura impressa na época da Independência. Maria Saenz Leme reconstitui com argúcia o debate político nos jornais paulistas do primeiro reinado, enfocando a questão da fiscalidade na escala provincial. Adriano Mafra e Christiane Stallaert abordam a convivência entre D. Pedro II e seu mestre de línguas semíticas e orientais, o mestre alemão C. F. Seybold. A história do Brasil contemporâneo é objeto de dois artigos que se valem dos procedimentos da etnografia e da crítica literária. O primeiro, de Jorge Mattar Villela, enfoca as dimensões tradicionais da cultura política pernambucana de maneira surpreendente... Da mesma maneira, Leandro Antonio Ribeiro explora a literatura de ficção brasileira nos anos 1930 e 1940. Fechando o elenco de artigos, dois textos fundamentais para a discussão do impacto das novas mídias digitais na pesquisa histórica. Tiago Gil e Leonardo Barleta inventariam as novas estratégias de representação gráfica do conhecimento histórico por intermédio de mapas interativos e outros recursos visuais. Cacá Machado, por sua vez, contextualiza as transformações das mídias digitais no campo da música desde os anos 90, aprofundando um olhar crítico sobre as estratégias de preservação, pesquisa e transmissão da memória musical brasileira, tendo em vista o impacto da revolução digital.

Boa leitura !!

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Dec 2015
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