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Análise crítica das antigas e novas vacinas contra a N. meningitidis do sorogrupo C, considerando a epidemiologia da doença meningocócica no Brasil

Em todo o mundo, o impacto das doenças meningocócicas é enorme e o potencial para a introdução e disseminação de cepas da N. meningitidis mais virulentas ou com aumento da resistência aos antibióticos atualmente utilizados causa grande preocupação, tornando a prevenção essencial. OBJETIVO: Rever as indicações das vacinas para doenças meningocócicas, considerando a situação epidemiológica do Brasil. MÉTODOS: Revisão crítica sobre o tema, usando as bases de dados Medline e Lilacs. RESULTADOS: Os sorogrupos B e C foram os mais prevalentes no Brasil, na década de 90. As vacinas polissacarídicas disponíveis contra esses sorogrupos oferecem proteção limitada aos lactentes e podem induzir tolerância ao MenC. As novas vacinas conjugadas contra o MenC podem solucionar parcialmente esse problema, mas é improvável que, em curto prazo, sejam licenciadas novas vacinas contra o MenB. CONCLUSÕES: Para tomar as melhores decisões sobre as recomendações em práticas de imunização, é necessário que se disponha de dados precisos da vigilância epidemiológica, com identificação dos sorogrupos mais prevalentes em cada faixa etária. Estima-se que, no Brasil, o MenC seja responsável por 2.000 casos de doenças meningocócicas , a cada ano. As novas vacinas conjugadas contra o MenC são seguras, efetivas e imunogênicas, devendo ser recomendadas, particularmente, para crianças menores de 5 anos. As vacinas polissacarídicas devem ser recomendadas apenas para os grupos de alto risco ou em situações epidêmicas. Enquanto novas vacinas contra o MenC e MenB não forem incorporadas ao calendário de vacinação de rotina, as mais efetivas medidas para controlar as doenças meningocócicas são o diagnóstico e tratamento precoces e a quimoprofilaxia para contactantes.

N. meningitidis; Epidemiologia; Vacina; Eficácia; Crianças


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