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Estudo piloto com suplementação de glutamina na nutrição enteral de pacientes pediátricos críticos

Lactentes criticamente enfermos freqüentemente apresentam desnutrição calórico-protéica em decorrência de demandas aumentadas por sepse e falência respiratória. A glutamina é atualmente classificada como um aminoácido condicionalmente essencial, de interesse especial para pacientes graves. A imunomodulação, a proteção intestinal, e a prevenção da depleção protéica estão entre os argumentos citados a favor de sua utílização. Tendo como propósito averiguar a tolerância e o impacto clínico da glutamina em lactentes graves, efetuou-se um estudo piloto prospectivo e randomizado com nove casos. Os métodos incluiram determinações antropométricas e bioquímicas, duração da hospitalização geral na UTI e sob ventilação mecânica, assim como a morbidade e mortalidade infecciosa. O grupo glutamina (n=5) foi suplementado com 0,3 g/kg/dia daquele aminoácido, sendo que os controles (n=4) receberam igual dose de caseina. Ocorreram complicações sépticas em 75% dos controles(3/4) versus 20% do grupo glutamina (1/5,p<=0,10). Ocorreram dois óbitos, ambos de etiología infecciosa, e situados no grupo placebo (50% vs 0%,p<=0,10). A permanência na UTI, no hospital e sob ventilação artificial embora estatisticamente sem diferenças, foi numericamente mais favorável para o grupo da glutamina. Conclui-se que a suplementação de glutamina foi bem tolerada e tendeu a se associar a menos complicações infecciosas e menor mortalidade nesta população de alto risco.

Terapia intensiva pediátrica; Nutrição pediátrica; Glutamina; Nutrição enteral; Sepse


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