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Sobrevivência tardia (cinco anos) após tratamento cirúrgico radical e quimioterápico adjuvante (FAM) em câncer gástrico avançado: estudo controlado

Várias são as drogas e associações propostas tanto para a quimioterapia adjuvante como complementar visando melhorar os resultados do tratamento do câncer gástrico. Com o objetivo de se analisar o impacto sobre o estado nutricional e o índice de sobrevivência no tratamento de 53 doentes com câncer gástrico do estádio III da classificação TNM, comparou-se um grupo controle composto de 28 doentes submetidos apenas a ressecção radical com outro grupo tratado com a mesma conduta operatória seguida de poliquimioterapia adjuvante pelo regime FAM (5-fluorouracil, adriamicina e mitomicina C) e composto de 25 doentes. Nestes últimos averiguou-se também a toxicidade das drogas antineoplásicas quanto à função hepática, renal, cardiológica, neurológica, hematológica, gastrointestinal e dermatológica. Por meio de análise estatística afastou-se desigualdade entre os dois grupos de estudo quanto ao sexo, raça, tipo tumoral macroscópico da classificação de Borrmann, localização da neoplasia no estômago, extensão da ressecção gástrica e resposta às provas cutâneas de sensibilidade retardada na admissão. O tratamento quimioterápico foi iniciado em média 2,3 meses após o tratamento cirúrgico. Os doentes foram acompanhados clínica e laboratorialmente pelo período de 5 anos tendo se chegado às seguintes conclusões: 1) Foram semelhantes em ambos os grupos de estudo a evolução nutricional e a incidência de manifestações gastrintestinais; 2) não ocorreu toxicidade cardíaca, renal, neurológica ou hepática e tampouco óbito em decorrência do método quimioterápico em si; 3) alterações dermatológicas e mielotoxicidade ocorreram exclusivamente nos doentes que se submeteram à poliquimioterapia; 4) não houve diferença significante entre o índice e a sede da recidiva tumoral, o tempo livre de doença e os índices de sobrevivência dos dois grupos de estudo após cinco anos de seguimento portanto, a quimioterapia pelo esquema FAM não incrementa o referido índice.

Câncer gástrico; Quimioterapia; Gastrectomia; Sobrevivência; Esquema FAM


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