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Infecção urinária em recém-nascido de termo: valor da cultura de urina obtida através de saco coletor

OBJETIVO: avaliar a eficácia da cultura de urina obtida através de saco coletor na detecção de infecção do trato urinário no período neonatal. Estudo retrospectivo (1997), englobando recém-nascidos de termo com urocultura positiva (>100000UFC/ml) colhida em saco coletor. Nesses recém-nascidos foi realizada punção suprapúbica, coletando-se urina para cultura, para confirmação diagnóstica. Os recém-nascidos foram divididos em três grupos, de acordo com a idade do recém-nascido na ocasião da coleta: GI-n=17 (< 48h de vida), GII-n=35 (entre 48h e 7dias) e GIII-n=9 (> 7dias). Foram estudadas 61 crianças (5,1% dos recém-nascidos de termo). A confirmação diagnóstica pela punção suprapúbica mostrou: GI=2/17 (11,8%), GII=10/35 (28,6%) e GIII=7/9 (77,7%). Quanto ao quadro clínico, nos GI e II a febre (100 e 91,4%) e a perda de peso (35,3 e 45,7%) foram os sinais clínicos mais freqüentes. No GIII as alterações do estado geral (66,6%) e a febre (44,4%) destacaram-se. Dentre os agentes etiológicos, obteve-se: E coli GI (100%), GII (40%) e GIII (28,6%), E faecalis GI (30%), S coagulase-negativa GII (20%) e GIII (42,8%) e S aureus GII (10%) e GIII(14,3%). A análise do risco relativo da positividade da cultura de urina obtida por saco coletor corresponder à infecção urinária foi de: GI=0,3 (IC95% 0,08-1,15), GII=0,51 (IC95% 0,25-1,06) e GIII=3,31 (IC95% 1,8-6,06). Os resultados sugerem que os sinais clínicos mais importantes da infecção do trato urinário na primeira semana de vida foram a febre e a perda de peso, enquanto as alterações do estado geral ocorreram mais tardiamente; a E coli foi o agente mais freqüente e, a partir do sétimo dia, houve o aparecimento de S aureus e S coagulase negativa. A cultura de urina através de saco coletor teve maior capacidade de detecção de infecção urinária a partir do setimo dia.

Cultura de urina; Infecção urinária; Recém-nascido


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