Acessibilidade / Reportar erro

Edição de carta autógrafa de Diogo da Sylveyra Vellozo ao governador da capitania de Pernambuco, Henrique Luiz Pereyra Freyre

Edition of autograph letter by Diogo da Sylveyra Vellozo to the governor of the captaincy of Pernambuco, Henrique Luiz Pereyra Freyre

RESUMO

O artigo apresenta a edição conservadora e um breve estudo filológico de uma carta inédita de Diogo da Sylveyra Vellozo dirigida ao governador da capitania de Pernambuco, Henrique Luiz Pereyra Freyre, datada de 14 de outubro de 1738, proveniente do Recife. A carta oferece pistas sobre a dinâmica de transportes na capitania e, principalmente, sobre o uso que se fazia dos diferentes tipos de madeira em exploração na região. Pertencente à Coleção Alberto Lamego, salvaguardada pelo Arquivo do IEB, a missiva foi selecionada como objeto de estudo por José Heleno Barbosa, um aluno dedicado a quem prestamos uma homenagem póstuma com este texto.

PALAVRAS-CHAVE
•; Carta; edição; filologia.

ABSTRACT

The article presents a conservative edition and a brief philological study of an unpublished letter by Diogo da Sylveyra Vellozo addressed to the governor of the captaincy of Pernambuco, Henrique Luiz Pereyra Freyre, dated October 14th, 1738, from Recife. The letter provides clues about the transport dynamics in the captaincy and, mainly, about the use of different types of wood being exploited in the region. Belonging to the Alberto Lamego Collection, safeguarded by the IEB Archive, the letter was selected as a study object by José Heleno Barbosa, a dedicated student to whom we pay posthumous tribute in this text.

KEYWORDS
Letter; edition; philology.

A edição conservadora da carta de Diogo da Sylveyra Vellozo apresentada neste artigo foi realizada por José Heleno Barbosa, aluno do curso de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/USP) e saudoso estagiário do Arquivo do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB/USP). Heleno cursou, durante o segundo semestre de 2017, a pequena turma da disciplina optativa FLC1459 - Filologia Portuguesa: Edição de Documentos Brasileiros3 3 Agradecemos especialmente a Elisabete Marin Ribas, funcionária do Arquivo do IEB, pela constante parceria e por acreditar no arquivo também como um espaço de formação. Para informações sobre a ementa da disciplina, ver: USP (2017). , então ministrada na sala auxiliar do Arquivo, no subsolo do prédio do Instituto, que comportava com segurança 20 discentes. Nesse período, Heleno foi aluno dedicado e se tornou um assistente de ensino invejável, na medida em que toda semana tratava pessoalmente do transporte dos documentos ou de suas reproduções xerográficas para a sala de aula. Além disso, garantia, com sua gentileza e simpatia características, que os materiais necessários estivessem a postos para o início das verdadeiras oficinas de leitura e transcrição de manuscritos em que se travestiam as aulas da referida disciplina.

Esta brevíssima introdução tem por objetivo contextualizar a homenagem póstuma que se presta aqui a José Heleno, um homem negro que ingressou na graduação, em 2013, aos 55 anos. A escolha da carta, dentre os mais de 60 documentos constantes do Códice nº 72 da Coleção Alberto Lamego, bem como sua descrição material, foram feitas cuidadosamente pelo nosso homenageado. Assim, passamos desde este ponto a escrever com Heleno, a partir das notas deixadas por ele e de pesquisas por nós realizadas, breves considerações filológicas a respeito da carta de Diogo Sylveyra Vellozo, datada do Recife, de 14 de outubro de 1738CARTA de Diogo Sylveyra Vellozo a Henrique Luiz Pereyra Freyre, governador da capitania de Pernambuco, acusando o recebimento de madeiras. Recife, PE, 14 de outubro de 1738. Arquivo do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, Coleção Alberto Lamego, Códice 72, código de referência AL-072-040. São Paulo: Arquivo do IEB, 1738., e inédita até onde se tem notícia.

O documento editado, como patrimônio histórico e base da constituição de uma memória, neste artigo ganha ainda mais importância, pois a sua edição, além de refletir o olhar sobre o manuscrito de forma múltipla, considerando sua materialidade, escrita e conteúdo, também simboliza a atuação interdisciplinar e interinstitucional realizada em parceria entre o IEB e a FFLCH, cujo resultado tem colaborado para a participação de alunos de diferentes áreas, como o nosso querido José Heleno.

SOBRE A COLEÇÃO ALBERTO LAMEGO

O colecionador Alberto Frederico de Morais Lamego (Itaboraí, RJ, 1870 - Rio de Janeiro, RJ, 1951) cursou, durante três anos, a Faculdade de Direito de Recife, mas foi em São Paulo que se bacharelou em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1892. Instalou-se na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), onde constituiu família, advogou, exerceu cargos federais e colaborou em jornais. Em 1906, partiu em viagem para a Europa, onde viveu durante 14 anos na França, na Bélgica e em Portugal. Por lá frequentou muitos arquivos, onde fez cópias de documentos relativos à história do Brasil. Em leilões e livrarias, adquiriu obras raras que deram origem a seu acervo brasiliano.

A coleção de manuscritos Lamego é uma das mais antigas, raras e importantes que o IEB possui. Integra, juntamente com uma rica biblioteca, o acervo de Alberto Lamego, que a vendeu, em 1935, para a recém-criada Universidade de São Paulo, com a intermediação do escritor Mário de Andrade. A custódia inicial ficou a cargo da então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e, quando da extinção da Biblioteca Central daquela unidade, em 1968, foi transferida para o IEB/USP, até mesmo devido a sua vocação arquivística (NOGUEIRA; BELLOTTO; HUTTER, 2002NOGUEIRA, Arlinda Rocha; BELLOTTO, Heloísa Liberalli; HUTTER, Lucy Maffei. Catálogo dos manuscritos: Coleção Alberto Lamego. São Paulo: Instituto de Estudos Brasileiros/USP, 2002.).

A Coleção Alberto Lamego - cujo conteúdo salvaguardado no Arquivo do IEB é composto de 4.093 documentos, parte deles reunida em 162 volumes encadernados - abrange um período que vai dos séculos XVI ao XX, com maior concentração no XVIII. Inclui mapas, plantas, documentos jurídicos, militares, cartográficos, literários, político-administrativos, de variada tipologia e procedência, tanto no domínio do direito público como do privado. Os manuscritos trazem iconografias que incluem aquarelas e desenhos, na maior parte inéditos, e alguns impressos, como letras capitais, vinhetas, portarias e encadernações. Existem documentos relativos à Companhia de Jesus, à disputa entre Espanha e Portugal sobre a Bacia do Prata, contas oficiais da Família Real Portuguesa, documentos sobre a cidade de Campos (RJ) e as Academias Literárias Coloniais. Encontram-se também documentos relativos à agricultura, medicina, botânica e mineralogia.

O Códice 72, cujas datas-limite são 1650 e 1799, reúne documentos sobre assuntos militares, financeiros, religiosos e administrativos da Capitania de Pernambuco. São 65 documentos, além de anexos. Entre eles, a carta aqui editada, intitulada no Catálogo do IEB como “Carta que o tenente general da Praça de Recife - Diogo da Sylveira Velloso - escreveu ao governador de Pernambuco, Henrique Luiz Pereyra Freyre sobre recebimento de madeiras em 14 de outubro de 1738”.

NORMAS DE EDIÇÃO

As normas de transcrição utilizadas para a edição da carta de Diogo da Sylveyra Vellozo foram adaptadas de Cambraia, Cunha e Megale (1999)CAMBRAIA, César Nardelli; CUNHA, Antônio Geraldo da; MEGALE, Heitor. A Carta de Pero Vaz de Caminha: reprodução fac-similar do manuscrito com leitura justalinear. São Paulo: Série Diachronica, 1, Humanitas, 1999. e são apresentadas a seguir:

  1. A transcrição será conservadora.

  2. As abreviaturas, alfabéticas ou não, serão desenvolvidas, marcando-se, em itálico, as letras omitidas na abreviatura, obedecendo aos seguintes critérios:

    1. respeitar, sempre que possível, a grafia do manuscrito, ainda que manifeste idiossincrasias ortográficas do escriba;

    2. no caso de variação no próprio manuscrito ou em coetâneos, a opção será para a forma atual ou mais próxima da atual.

  3. A acentuação original será rigorosamente mantida, não se permitindo qualquer alteração.

  4. Será respeitado o emprego de maiúsculas e minúsculas como se apresentam no original. No caso de alguma variação física dos sinais gráficos resultar de fatores cursivos, não será considerada relevante. Assim, a comparação do traçado da mesma letra deve propiciar a melhor solução.

  5. Intervenções de terceiros no documento original devem aparecer em nota de rodapé, informando-se a localização.

  6. A divisão das linhas do documento original será preservada, ao longo do texto. A mudança de fólio receberá a marcação com o respectivo número na sequência de duas barras verticais: ||1v.|| ||2r.|| ||2v.|| ||3r.||.

  7. As assinaturas simples ou as rubricas do punho de quem assina serão sublinhadas. Os sinais públicos serão indicados entre colchetes. Exemplos:

    • - assinatura simples: Bernardo Jose de Lorena; sinal público: [Bernardo jose de Lorena].

FAC-SÍMILE4 4 Agradecemos a Marco Stiepcich pelo tratamento da imagem a partir da digitalização do documento.

Figura 1
Carta de Diogo Sylveyra Vellozo a Henrique Luiz Pereyra Freyre, governador da capitania de Pernambuco, acusando o recebimento de madeiras. Recife, PE, 14 de outubro de 1738. Arquivo IEB/USP, código de referência AL-072-040

EDIÇÃO5 5 A edição foi revisada por Maria Eugênia Duque Caetano e Regina Jorge Villela Hauy, pós-graduandas do Programa de Filologia e Língua Portuguesa da FFLCH/USP.

||1r|| Excelentissimo Senhor6 6 Presença de anotação tardia no canto superior direito a grafite: 40.

A esta hora que sam quazi cinco da tarde7 7 Presença de carimbo em tinta azul, acima dessa palavra e das duas anteriores, com os dizeres: Faculdade de Filosofia | Ciências e Letras | Biblioteca Central. recebo a ordem de Vossa Excelencia

e logo sem demora examiney o taboado que tem vindo para o almazem, e

pela conta que me dá o ajudante Antonio Martins, e almoxarife novo,

(que o velho naõ tem noticia disso) achey terem vindo sete duzias e

duas taboas, a saber cinco duzias de amarello, e vinte e seis taboas

de louro; destas se achaõ em ser 28 taboas de amarello, e huã de

louro, e se se gastaraõ destas no concerto dos asoalhados he porque

sempre haõ de durar tanto ou mais que o taboado velho que ficou;

segundo me dizem se Vossa Excelencia tem carencia das ditas 28 taboas

de amarello para alguã obra das com que está entre maõs, com ordem

sua as poderey remeter na maré de amanhãa, que para os cabi-

des tomaremos taboado de louro, que he mais barato cento por cento

fico para servir a Vossa Excelencia com aquella vontade que pede a minha

obrigaçaõ

Deos guarde a Vossa Excelencia como dezeja Recife 14 de outubro de 1738CARTA de Diogo Sylveyra Vellozo a Henrique Luiz Pereyra Freyre, governador da capitania de Pernambuco, acusando o recebimento de madeiras. Recife, PE, 14 de outubro de 1738. Arquivo do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, Coleção Alberto Lamego, Códice 72, código de referência AL-072-040. São Paulo: Arquivo do IEB, 1738.

De Vossa Excelencia

Senhor Henrique Luiz Pereyra Freyre

fiel subdito e muito venerador criado

Diogo da Sylveyra Vellozo

DESCRIÇÃO DO DOCUMENTO

Essa carta de Diogo da Sylveyra Vellozo8 8 Optamos por manter a forma original dos antropônimos, tendo em vista que a literatura consultada sobre Diogo da Sylveyra Vellozo assim o faz (VELLOZO, 2005; JUCÁ NETO; BESERRA, 2021). , destinada ao governador da capitania de Pernambuco, Henrique Luiz Pereyra Freyre, possui um valor cultural e histórico muito significativo. Ela é reveladora das práticas de escrita na administração portuguesa no Brasil, das tratativas entre autoridades, explicitando o zelo com que um engenheiro, à época no cargo de tenente-general de artilharia, lida com uma ordem do governador. A carta oferece pistas também a respeito da dinâmica de transportes na própria capitania e, principalmente, do uso que se fazia de diferentes tipos de madeira em exploração na região.

O autor se coloca muito prestativo, fazendo questão de indicar a hora do recebimento da ordem do governador e a celeridade de suas ações: “A esta hora que sam quazi cinco da tarde recebo a ordem de Vossa Excelencia | e logo sem demora examiney o taboado que tem vindo para o almazem”9 9 A barra vertical indica a mudança de linha na carta. . O mesmo cuidado se reflete na descrição dos tipos de madeira em estoque. Por fim, o ato de abrir mão das de melhor qualidade em prol do uso do governador é muito simbólico no fortalecimento das relações de poder no período, ainda mais para quem havia pouco tempo tinha sido promovido ao cargo em questão. Vellozo, em 1729, enviou requerimento ao Rei D. João V pedindo para ser promovido ao posto de tenente-general. Em 1735, foi concretizada a sua nomeação. Antes disso já havia exercido o posto de mestre de campo e sargento-mor. Era um homem em ascensão, que conhecia muito bem o circuito de mercês relacionadas à vida em colônia e o papel que a escrita exercia nesse contexto10 10 Conferir requerimentos enviados por Diogo Vellozo ao rei D. João V, como os documentos n. 3564 (Cx. 39), nº 4635 (Cx. 53), nº 5464 (Cx. 64) do Arquivo Histórico Ultramarino, disponíveis no Projeto Resgate Barão do Rio Branco. .

O motivo da rápida resposta e a possibilidade imediata de envio de madeira podem estar relacionados à série de construções e reformas em curso na capitania de Recife, como destacado por Vellozo na carta: “segundo me dizem se Vossa Excelencia tem carencia das ditas 28 taboas | de amarello para alguã obra das com que está entre maõs, com ordem | sua as poderey remeter na maré de amanhãa”.

Pode ainda ter sido destinada à reforma da Ponte do Recife, atual Ponte Maurício de Nassau, sobre o Rio Capibaribe, construída por Maurício de Nassau em 1641 (MENEZES, 2014MENEZES, José Luiz Mota. Pontes do Recife: a construção da mobilidade. Recife: Bureau de Cultura, 2014., p. 22), para facilitar o acesso da população para atravessar do continente até a Ilha de Santo Antonio e de lá para o Recife. A ponte, por ser de madeira, requeria sempre escamações e reformas. De acordo com Silva (2019SILVA, Rafael Arruda. Ponte Maurício de Nassau: modernidade, espaço urbano e usos do passado nas reformas urbanas do Recife (1909-1920). 2019. 152 f. Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife. Disponível em: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8488. Acesso em: 28 fev. 2023.
http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/han...
, p. 60), “[d]urante o governo de Henrique Luiz Pereyra Freyre, estando a ponte em ruínas, foi reconstruída, aproveitados então os arcos e pilares da levantada por Maurício”. Menezes (2014MENEZES, José Luiz Mota. Pontes do Recife: a construção da mobilidade. Recife: Bureau de Cultura, 2014., p. 23) indica justamente o ano de 1738, data da carta de Diogo ao governador, como o período de início da reforma e posterior reconstrução da ponte.

DESCRIÇÃO MATERIAL DA CARTA

Trata-se de um documento original, pertence à Coleção Alberto Lamego, Códice 72, onde está catalogado sob o número 40. A identificação no códice encontra-se em uma filipeta na 3ª contracapa, como aparecem os demais documentos em tipos datilográficos em tinta azul, com a seguinte descrição: “Carta que o tenente general da Praça de Recife - Diogo da Sylveira Velloso - escreveu ao governador de Pernambuco, Henrique Luiz Pereyra Freyre sobre recebimento de madeiras em 14 de outubro de 1738CARTA de Diogo Sylveyra Vellozo a Henrique Luiz Pereyra Freyre, governador da capitania de Pernambuco, acusando o recebimento de madeiras. Recife, PE, 14 de outubro de 1738. Arquivo do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, Coleção Alberto Lamego, Códice 72, código de referência AL-072-040. São Paulo: Arquivo do IEB, 1738.”. A coleção encontra-se atualmente sob a guarda do Instituto de Estudos Brasileiros, da Universidade de São Paulo, na Reserva Técnica do 3° andar, e está disponível para consulta pública, mediante agendamento prévio.

O cotejo da assinatura de Diogo nessa carta com a de outros documentos escritos por ele permite conferir o status de documento autógrafo. Conforme se observa no quadro abaixo, os desenhos dos grafemas, sobretudo os maiúsculos e o “l” de Sylveyra, além da ornamentação ao fim da última palavra, são praticamente idênticos:

Figura 2
Quadro com assinaturas autógrafas de Diogo da Sylveyra Vellozo.

A mancha do texto, espaço no papel ocupado pela escrita da carta, apresenta-se com um recuo de 5 cm à esquerda do leitor, sendo que a margem direita coincide com o limite do fólio. Apresenta ainda uma observação feita com a mesma caligrafia no recuo à esquerda, ao lado da assinatura do autor, com os seguintes dizeres “As taboas de amarello ja se achaõ | lavradras por huã banda, e sempre | podem servir para asoalhar ou outra | qualquer obra”. A seguir apresentam-se informações detalhadas da carta, conforme Bellotto (2002)BELLOTTO, Heloisa Liberalli. Como fazer análise diplomática e análise tipolológica de documentos de arquivo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2002.:

  • Código de referência: AL-072-040

  • Gênero documental: textual

  • Espécie/Formato: carta

  • Suporte: papel

  • Localidade: Recife, Pernambuco, Brasil

  • Datação: 14 de outubro de 1738CARTA de Diogo Sylveyra Vellozo a Henrique Luiz Pereyra Freyre, governador da capitania de Pernambuco, acusando o recebimento de madeiras. Recife, PE, 14 de outubro de 1738. Arquivo do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, Coleção Alberto Lamego, Códice 72, código de referência AL-072-040. São Paulo: Arquivo do IEB, 1738.

  • Idioma: português

  • Técnica de registro: manuscrito

  • Número de folhas: 01 (1 fólio, com o verso em branco)

  • Documento original, cuja assinatura foi confrontada com outros de mesma autoria.

  • Altura do papel: 31 cm

  • Largura do papel: 20 cm

  • Mancha do texto e sinais adicionais: o documento apresenta marca d’água original, e a mancha do texto ocupa o plano central, com distanciamento de 5 cm da margem esquerda do papel, indo até o final do fólio à direita; carimbo em tinta azul da Biblioteca Central da então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. A tinta utilizada apresenta aparência de elementos compostos de material orgânico, uma tendência que surge a partir do século XVIII, em substituição à tinta ferrogálica. Se por um lado apresenta melhor conservação do documento em relação ao suporte, por outro tem maior facilidade de desaparecer com o passar do tempo, em contraponto à anterior.

  • Autor: Diogo da Sylveyra Vellozo

  • Estado de conservação: regular. Presença de pequenas corrosões laterais e pequenas manchas, provavelmente por lignina e resíduos dos ácidos.

  • Onomástica: Diogo da Sylveyra Vellozo; Henrique Luiz Pereyra Freyre; Antonio Martins.

  • 3
    Agradecemos especialmente a Elisabete Marin Ribas, funcionária do Arquivo do IEB, pela constante parceria e por acreditar no arquivo também como um espaço de formação. Para informações sobre a ementa da disciplina, ver: USP (2017USP - Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Disciplina: FLC1459 - Filologia Portuguesa: Edição de Documentos Brasileiros. Ativação 1º/1/2017. Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação. Disponível em: https://uspdigital.usp.br/jupiterweb/obterDisciplina?sgldis=FLC1459. Acesso em: 25 fev. 2023.
    https://uspdigital.usp.br/jupiterweb/obt...
    ).
  • 4
    Agradecemos a Marco Stiepcich pelo tratamento da imagem a partir da digitalização do documento.
  • 5
    A edição foi revisada por Maria Eugênia Duque Caetano e Regina Jorge Villela Hauy, pós-graduandas do Programa de Filologia e Língua Portuguesa da FFLCH/USP.
  • 6
    Presença de anotação tardia no canto superior direito a grafite: 40.
  • 7
    Presença de carimbo em tinta azul, acima dessa palavra e das duas anteriores, com os dizeres: Faculdade de Filosofia | Ciências e Letras | Biblioteca Central.
  • 8
    Optamos por manter a forma original dos antropônimos, tendo em vista que a literatura consultada sobre Diogo da Sylveyra Vellozo assim o faz (VELLOZO, 2005VELLOZO, Diogo Sylveyra. Arquitetura militar ou fortificação moderna [online]. Transcrição e comentários por Mário Mendonça de Oliveira. Salvador: Edufba, 2005. Disponível em: https://static.scielo.org/scielobooks/5r38c/pdf/vellozo-9788523208868.pdf. Acesso em: 28 fev. 2023.
    https://static.scielo.org/scielobooks/5r...
    ; JUCÁ NETO; BESERRA, 2021JUCÁ NETO, Clovis Ramiro; BESERRA, José Ramiro Teles. Mobilidade e interconexões oceânicas: o engenheiro militar e o artífice entre a Capitania do Ceará e o reino de Portugal. Anais do Museu Paulista, v. 29, 2021, p. 1-95. https://doi.org/10.1590/1982-02672021v29d1e16.
    https://doi.org/10.1590/1982-02672021v29...
    ).
  • 9
    A barra vertical indica a mudança de linha na carta.
  • 10
    Conferir requerimentos enviados por Diogo Vellozo ao rei D. João V, como os documentos n. 3564 (Cx. 39), nº 4635 (Cx. 53), nº 5464 (Cx. 64) do Arquivo Histórico Ultramarino, disponíveis no Projeto Resgate Barão do Rio BrancoPROJETO Resgate Barão do Rio Branco. Biblioteca Luso-Brasileira. Biblioteca Nacional Digital. Disponível em: http://resgate.bn.br. Acesso em: 28 fev. 2023.
    http://resgate.bn.br...
    .

Referências

  • BELLOTTO, Heloisa Liberalli. Como fazer análise diplomática e análise tipolológica de documentos de arquivo São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2002.
  • CAMBRAIA, César Nardelli; CUNHA, Antônio Geraldo da; MEGALE, Heitor. A Carta de Pero Vaz de Caminha: reprodução fac-similar do manuscrito com leitura justalinear. São Paulo: Série Diachronica, 1, Humanitas, 1999.
  • CARTA (2ª via) do [governador da Capitania de Pernambuco], Félix José Machado [de Mendonça Eça Castro e Vasconcelos], ao rei [D. João V], sobre a ordem para fortificar aquela capitania, a fim de evitar as invasões dos inimigos. Pernambuco, 15 de setembro de 1713. Arquivo Histórico Ultramarino, Projeto Resgate, Documentos Avulsos de Pernambuco, AHU_ACL_CU_015, Cx. 25, Doc. 2314. Lisboa: Arquivo Histórico Ultramarino, 1713.
  • CARTA de Diogo Sylveyra Vellozo a Henrique Luiz Pereyra Freyre, governador da capitania de Pernambuco, acusando o recebimento de madeiras. Recife, PE, 14 de outubro de 1738. Arquivo do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, Coleção Alberto Lamego, Códice 72, código de referência AL-072-040. São Paulo: Arquivo do IEB, 1738.
  • JUCÁ NETO, Clovis Ramiro; BESERRA, José Ramiro Teles. Mobilidade e interconexões oceânicas: o engenheiro militar e o artífice entre a Capitania do Ceará e o reino de Portugal. Anais do Museu Paulista, v. 29, 2021, p. 1-95. https://doi.org/10.1590/1982-02672021v29d1e16
    » https://doi.org/10.1590/1982-02672021v29d1e16
  • MENEZES, José Luiz Mota. Pontes do Recife: a construção da mobilidade. Recife: Bureau de Cultura, 2014.
  • NOGUEIRA, Arlinda Rocha; BELLOTTO, Heloísa Liberalli; HUTTER, Lucy Maffei. Catálogo dos manuscritos: Coleção Alberto Lamego. São Paulo: Instituto de Estudos Brasileiros/USP, 2002.
  • PROJETO Resgate Barão do Rio Branco. Biblioteca Luso-Brasileira. Biblioteca Nacional Digital. Disponível em: http://resgate.bn.br Acesso em: 28 fev. 2023.
    » http://resgate.bn.br
  • REQUERIMENTO do sargento-mor e engenheiro da capitania de Pernambuco, Diogo da Silveira Veloso, ao rei [D. João V], pedindo ajuda de custo para as despesas que teve na jornada de descobrimento das minas de ouro, no sertão do Icó, no Ceará [ant. 18 de janeiro de 1730]. Arquivo Histórico Ultramarino, Projeto Resgate, Documentos Manuscritos de Pernambuco, AHU_ACL_CU_015, Cx. 39, Doc. 3564. Lisboa: Arquivo Histórico Ultramarino, [1730].
  • REQUERIMENTO do tenente general da Artilharia e engenheiro na capitania de Pernambuco, Diogo da Silveira Veloso, ao rei [D. João V], pedindo como ajuda de custo, o soldo dobrado de todo o tempo em que esteve na ilha de Fernando de Noronha, no trabalho de sua fortificação, e na Paraíba onde foi desenhar uma nova fortaleza [ant. 7 de fevereiro de 1739]. Arquivo Histórico Ultramarino, Projeto Resgate, Documentos Manuscritos de Pernambuco, AHU_ACL_CU_015, Cx. 53, Doc. 4635. Lisboa: Arquivo Histórico Ultramarino, [1739].
  • REQUERIMENTO do tenente-general da Artilharia da capitania de Pernambuco, Diogo da Silveira Veloso, ao rei [D. João V], pedindo para juntar este requerimento aos outros papéis que se encontram no Conselho Ultramarino, a fim de receber remuneração de seus serviços para repartir entre seus quatro filhos. Anexos: 14 docs. 5464 - [ant. 31 de outubro de 1746]. Arquivo Histórico Ultramarino, Projeto Resgate, Documentos Manuscritos de Pernambuco, AHU_ACL_CU_015, Cx. 64, Doc. 5464. Lisboa: Arquivo Histórico Ultramarino, [1746].
  • SILVA, Rafael Arruda. Ponte Maurício de Nassau: modernidade, espaço urbano e usos do passado nas reformas urbanas do Recife (1909-1920). 2019. 152 f. Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife. Disponível em: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8488 Acesso em: 28 fev. 2023.
    » http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8488
  • USP - Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Disciplina: FLC1459 - Filologia Portuguesa: Edição de Documentos Brasileiros. Ativação 1º/1/2017. Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação. Disponível em: https://uspdigital.usp.br/jupiterweb/obterDisciplina?sgldis=FLC1459 Acesso em: 25 fev. 2023.
    » https://uspdigital.usp.br/jupiterweb/obterDisciplina?sgldis=FLC1459
  • VELLOZO, Diogo Sylveyra. Arquitetura militar ou fortificação moderna [online]. Transcrição e comentários por Mário Mendonça de Oliveira. Salvador: Edufba, 2005. Disponível em: https://static.scielo.org/scielobooks/5r38c/pdf/vellozo-9788523208868.pdf Acesso em: 28 fev. 2023.
    » https://static.scielo.org/scielobooks/5r38c/pdf/vellozo-9788523208868.pdf

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Maio 2023
  • Data do Fascículo
    Abr 2023

Histórico

  • Recebido
    25 Fev 2023
  • Aceito
    02 Mar 2023
Instituto de Estudos Brasileiros Espaço Brasiliana, Av. Prof. Luciano Gualberto, 78 - Cidade Universitária, 05508-010 São Paulo/SP Brasil, Tel. (55 11) 3091-1149 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revistaieb@usp.br