RESUMO
Neste ensaio, pretende-se problematizar as formas pelas quais a chamada "carestia de vida" era analisada na sociologia e na estatística das décadas de 1950 e 1960, contrastando-as com as representações formuladas por Carolina Maria de Jesus no romance Pedaços da fome. Entendendo a obra a partir de seu contexto de produção, cremos ser possível analisá-la também a partir da elaboração de uma crítica a um pensamento social que apagava as discussões raciais sobre a pobreza. Assim, a protagonista do romance, Maria Clara, seria uma chave de leitura formulada pela própria autora para compreender a fome e a miséria na São Paulo da época.
PALAVRAS-CHAVE :
Carestia; Carolina Maria de Jesus; racialização.