RESUMO
Este artigo trata do imbricamento entre cultura e política nas primeiras décadas da República tomando as disputas em torno da categoria “música popular” como um elemento privilegiado de investigação socioantropológica. Partindo de um episódio bastante conhecido entre os historiadores da música - a “Noite do Corta-jaca”, ocorrida em 26 de outubro de 1914 - e sua repercussão na imprensa, proponho entender de que modo noções como “erudito” e “popular” (ou, ainda, “alta” e “baixa” cultura) foram gestadas por uma intelectualidade obstinada a validar o novo regime perante a população.
PALAVRAS-CHAVE Música popular brasileira; Chiquinha Gonzaga; Primeira República; gênero e sexualidade