Resumo
O presente artigo tem por objetivo investigar os resultados experimentais de 12 vigas-parede em que as armaduras longitudinais foram ancoradas com comprimentos reduzidos de ancoragem junto aos apoios. Quatro grupos de testemunhos com três relações distintas entre o vão e a altura útil (a/d) foram selecionados, observando que a maioria das vigas-parede chegaram à ruína devido ao esmagamento das escoras logo após o escoamento das armaduras longitudinais. De modo a investigar o comportamento das vigas-parede selecionadas, um modelo aperfeiçoado de escoras e tirantes assumindo adaptabilidade geométrica (possibilidade de atualização das dimensões das escoras e dos tirantes conforme a armadura principal começa a escoar) foi desenvolvido. As respostas analíticas obtidas utilizando o procedimento proposto podem ser consideradas tão apuradas quanto respostas numéricas obtidas utilizando análises não-lineares com o modelo de fissuração distribuída acoplado a relações constitutivas para aderência/escorregamento entre concreto e armaduras. No entanto, apesar das respostas analíticas obtidas serem apuradas, observou-se que há necessidade de melhoria no parâmetro que afeta a resistência efetiva de escoras garrafa pela NBR6118 (2014), uma vez que o parâmetro atualmente prescrito pela norma brasileira revelou-se muito conservativo para todas as relações a/d investigadas. Finalmente, os resultados obtidos indicam que os comprimentos reduzidos de ancoragem utilizados aparentemente não influenciaram de maneira significativa a resistência ao cisalhamento das vigas-parede investigadas, especialmente se as escoras garrafas encontravam-se adequadamente controladas por armaduras de controle de fissuração.
Palavras-chave:
vigas-parede; modelos de escoras e tirantes; análise não-linear