As alterações teciduais que ocorrem na doença de Chagas estão relacionadas ao grau de estresse oxidativo e à capacidade antioxidante do tecido afetado. Estudos realizados com suplementação de vitamina C revelaram redução no dano oxidativo causado no hospedeiro pela doença de Chagas, porém outros estudos citam o uso de peroxiredoxinas dependentes de ascorbato pelo T. cruzi para se proteger da ação imune. Com base nessas proposições, trinta camundongos "Swiss" foram infectados com a cepa QM1 de T. cruzi e tratados com duas diferentes doses de vitamina C para estudar a evolução da parasitemia, alterações histopatológicas e dosagem de biomarcadores de peroxidação lipídica durante a fase aguda da doença de Chagas. Os resultados mostraram que a parasitemia foi maior nos animais que receberam uma superdosagem de vitamina C. Não houve diferenças significativas quanto aos biomarcadores de peroxidação lipídica e houve maior processo inflamatório no miocárdio dos animais tratados com dosagem recomendada. O maior crescimento parasitário ao fim da fase aguda sugere benefício de altas doses de vitamina C aos tripomastigotas. A suplementação não exerceu influência sobre a produção de radicais livres e o número de ninhos de amastigotas na fase aguda da doença de Chagas.