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O Laboratório de Saúde Pública no problema da salmonelose no Estado de São Paulo

No período de 1950-90 foram identificadas 45.862 cepas de Salmonella, sendo 31.517 provenientes de infecções humanas e 14.345 de materiais de origem não humana. O objetivo deste trabalho foi analisar as alterações ocorridas quanto à freqüência dos sorotipos isolados neste período. No período 1950-66, não houve predomínio evidente de nenhum sorotipo; entretanto, no período 1970-76, com início em 1968, a S. Typhimurium passou a ser o sorotipo predominante, representando 77,7% dos sorotipos isolados. Observou-se um aumento significativo da S. Agona, bem como de uma grande variedade de sorotipos. Quanto às salmonelas de origem não humana, chama a atenção o grande número (mais de 100) de sorotipos. Quanto aos sorotipos isolados de materiais de origem humana, 74,9% foram isolados de fezes, 15,5% de sangue e 3,7% de LCR. Ressalta-se a coincidência da ocorrência do surto de meningite por S. Typhimurium com a epidemia de meningite meningocócica (1972-1975). Registra-se também, na década de 60, a ocorrência de um surto de meningite por S. Grumpensis, sorotipo não detectado na região até aquela época, o que enfatiza nossas observações de que qualquer sorotipo poderá provocar epidemias graves e prolongadas. Este trabalho mostra o importante papel do Laboratório de Saúde Pública no estudo de uma das principais zoonoses em todo o mundo.


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