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Paracoccidioidomicose em crianças: apresentação clínica, seguimento e evolução

Foram analisados 70 episódios de Paracoccidioidomicose em 63 crianças com menos de 15 anos de idade (variação de 2 a 15 anos, mediana = 8 anos, média ± 1 DP = 8 ± 3 anos), no período de fevereiro de 1981 a maio de 2001. As principais manifestações clínicas e alterações laboratoriais à admissão foram: linfonodomegalia (87,1%), febre (75,7%), fraqueza (48,6%), palidez (41,4%), hepatomegalia (40,4%), esplenomegalia (35,7%), anemia (90%), hipergamaglobulinemia (88,5%), eosinofilia (75,5%) e hipoalbuminemia 72,5%. À admissão, 35,7% das crianças apresentavam desnutrição moderada e grave (critério de Gómez). Os resultados de radiografia simples e cintilografia óssea revelaram lesões ósseas em 20 episódios, a maioria constituída de lesões múltiplas e líticas, envolvendo ossos longos (70%) e planos (30%). A droga de escolha para o tratamento foi a associação sulfametoxazol-trimetoprina, sendo empregada isoladamente em 50 episódios. O seguimento de alguns resultados laboratoriais (dosagem de hemoglobina e contagem de eosinófilos no sangue periférico, dosagem de albumina e gamaglobulina séricas) revelou melhora significativa após o 1º e 6º mês da admissão, sendo muito útil para avaliação da eficácia terapêutica. Quatro pacientes evoluíram com seqüelas (6,3%) e seis (9,3%) morreram. Pode-se concluir que as formas juvenil e disseminada da PCM são prevalentes em crianças menores que 15 anos, ocorrendo em 70% dos episódios, apresentando-se como uma síndrome linfoproliferativa febril associada a anemia, eosinofilia e hipergamaglobulinemia.


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