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Epidemiologia da neurocisticercose no Brasil

Realizou-se revisão da literatura com o objetivo de tentar delinear um perfil epidemiológico da neurocisticercose no Brasil. A prevalência em necrópsias variou de 0,12-9%. A freqüência, nas casuísticas clínicas foi de 0,03-7,5% e, nos estudos soroepidemiológicos, de 0,68-5,2%. Compreendeu 0,08-2,5% das internações em hospitais gerais. A procedência foi rural em 30-63% dos doentes. Comprometeu mais (64-100%) na faixa etária dos 11 aos 60 anos, predominantemente (22-67%) entre 21 e 40 anos. O sexo masculino foi mais atingido (51-80%). Nas formas graves, houve predomínio da origem urbana (53-62%) e do sexo feminino (53-75%). O período de internação variou de 1 -254 dias, com 33 a 50% dos doentes necessitando 1.7 ± 1,4 admissões. Houve variabilidade no quadro clínico, predominando síndrome epiléptica (22-92%) e hipertensão intracraniana (19-89%). A presença de manifestações psiquiátricas foi observada em 9-23% dos doentes. A letalidade, frente as doenças em geral, foi de 0,29% e, entre as doenças neurológicas, de 4,8-25,9%. A forma assintomática foi detectada em 6% dos doentes de casuística clínica e em 48,5% dos casos de necrópsia. A forma racemosa e a localização ventricular também se apresentaram de maneira assintomática. Entre os doentes com cisticercose cutânea, 65% apresentavam manifestações neurológicas.


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