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Esplenomegalia em relação à contagem de ovos de Schistosoma mansoni: um estudo de população

Um estudo seccional da esquistossomose foi realizado em Comercinho, cidade de 1474 habitantes situada no Estado de Minas Gerais (Brasil). Foram feitos exames de fezes pelo método de Kato-Katz e exame clínico em, res- pectivamente, 90% da população e em 84% dos indivíduos com mais de 2 anos de idade. As análises de correlação ecológica e de características individuais (caso-controle) foram usadas para investigar a relação entre a presença de esplenomegalia e a "intensidade" da infecção pelo S. mansoni em diferentes faixas etárias. Na análise ecológica observou-se uma nítida correspondência entre maior média geométrica de ovos e maior índice de esplenomegalia nas faixas etárias de 5-9 e 10-14 anos. No estudo de características individuais verificou-se que só nos indivíduos mais jovens (5-8 ou 5-9 anos) havia maior média de ovos entre os que apresentavam esplenomegalia, sendo que os pacientes com esplenomegalia apresentaram uma tendência para diminuir a sua eliminação de ovos nas fezes quando a idade aumentou. Isto sugere que os resultados obtidos através da análise ecológica são melhores indicadores da gravidade da esquistossomose em zonas endêmicas, uma vez que a redução do número de ovos nas fezes dos pacientes com esplenomegalia pode distorcer os resultados obtidos em estudos de caso-controle ou de características individoais.


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