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Padrões de contato com a água e infecção por Schistosoma mansoni em comunidade rural do Nordeste Brasileiro

Este estudo analisa a relação entre as ca racterísticas da infecção por S. mansoni e o padrão de contato com água, os hábitos de higiene, a localização do domicílio, o nível educacional e as condições sócio-econômicas, em uma população definida residente na zona endêmica de Castro Alves, Bahia, Brasil. A área de estudo é típica de zonas rurais do Nordes te, com relevo acidentado e sua população dedica-se à lavoura não irrigada de fumo e mandioca. Após o mapeamento da área e um inquérito malacológico completo, foi aplicado um questionário para cada família com questões referentes às atividades de contato com água, tempo de exposição, condições de habitação e características sócio-econômicas. A prevalência e a intensidade de infecção por S. mansoni foram obtidas usando-se a técnica de Bell para a contagem de ovos nas fezes. A análise dos dados incluiu o cálculo de um índice de infecção da família utilizando-se a contagem de ovos por grama de fezes de cada indivíduo. Poucas casas tinham instalações sanitárias ou fonte de água para uso doméstico, entretanto, os hábitos de defecação e de contato com água não eram indiscriminados, observando-se que os indivíduos dispendiam esforço considerável em busca de água mais limpa para beber e para tomar banho, evitando defecar próximo às fontes de água. A propriedade da terra e o nível educacional não mostraram-se correlacionados com o índice de infecção. O fator que pareceu influenciar a maior ou menor prevalência de infecção por S. mansoni foi a localização das casas em relação à distância de uma fonte de água não colonizada por Biomphalaria glabrata.


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