Vinte e quatro amostras de sangue total e de soro foram colhidas durante seguimento por 36 meses de criança de oito anos de idade, imunodeprimida devido a transplante cardíaco. O paciente apresentou VCA-IgG e IgM positivos e EBNA-IgG negativo aos cinco anos de idade quando foi diagnosticada mononucleose infecciosa. Quatorze meses depois o VCA-IgG e o EBNA-IgG eram positivos e o VCA-IgM negativo. Este padrão sorológico persiste desde aquela época mesmo durante episódios sugestivos de reativação. As amostras de sangue total e de soro foram analisadas pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) que amplificou fragmento oriundo da gp220 do EBV (detecção de 100 cópias virais). Todas as 24 amostras de sangue total e 12 amostras de soro foram positivas por PCR. Com o objetivo de verificar se a detecção de DNA do EBV em soro estaria associada à reativação da doença, os resultados de PCR foram analisados em relação à necessidade de hospitalização e uso de anti-viral. O teste de Kappa mostrou que existe concordância entre a presença de DNA do EBV em soro e a necessidade de hospitalização e tratamento com anti-virais (valor de 0,750; p < 0,001). Concluímos que a detecção de DNA do EBV em amostras de soro de pacientes imunosuprimidos poderia ser usada como marcador laboratorial de atividade da infecção quando técnicas quantitativas de amplificação não estiverem disponíveis.