Os autores descrevem caso de angiostrongilíase abdominal em doente adulto que se manifestou como abdômen agudo devido à perfuração de alça jejunal, evento raro, uma vez que esta afecção geralmente envolve o íleo terminal, apêndice, ceco ou cólon ascendente. A doença é causada pelo nematódeo Angiostrongylus costaricensis cujos hospedeiros definitivos são roedores silvestres e os hospedeiros intermediários são caracóis e caramujos. A infecção em humanos é acidental e ocorre pela ingestão de secreção mucóide destes invertebrados presentes em vegetais ou por contato direto com o muco. A angiostrongilíase abdominal é clinicamente caracterizada pela presença de febre prolongada, anorexia, dor no quadrante inferior direito do abdômen e eosinofilia periférica. Embora a doença seja de natureza benigna, seu curso pode evoluir para formas complicadas como a obstrução ou perfuração intestinais que necessitam de tratamento cirúrgico. Atualmente, não há tratamento medicamentoso eficaz para a angiostrongilíase abdominal. Neste estudo, os autores realizam uma revisão desta afecção em relação à sua etiopatogenia, quadro clínico diagnóstico e tratamento.