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Associação entre potássio sérico na admissão hospitalar e letalidade da leptospirose em homens

Leptospirose grave afeta predominantemente os homens e apresenta alta susceptibilidade para insuficiência renal aguda com hipocalemia. Como hipocalemia e hipercalemia induzem complicações graves, é importante avaliar se o potássio sérico é um independente fator de risco de morte na leptospirose. Foram revistos os prontuários de 1016 pacientes internados com o diagnóstico de leptospirose. A análise foi restrita a 442, obedecendo os seguintes critérios: sexo masculino, idade igual ou superior a 18 anos, informação sobre morte ou alta hospitalar e registro dos valores do potássio sérico, da creatinina sérica e da duração dos sintomas. Valores de potássio menor do que 3,5 mEq/l (hipoK), 3,5-5 mEq/L (normoK) e superior a 5 mEq/L (hiperK) foram detectados em 180, 245 e 17 pacientes, respectivamente. A mortalidade aumentou com a elevação do potássio: 11,1% no grupo hipoK, 14,7% no normoK e 47,1% no hiperK (p = 0,002). Em um modelo de regressão logística (normoK como referência), incluindo idade, creatinina e duração de sintomas, hipoK não se associou com aumento da mortalidade (odds ratio (OR) = 0,72; p > 0,1). Contrariamente, hiperK foi significantemente associado com risco aumentado de morte (OR = 3,95; p = 0,021). Em conclusão, nesta amostra de homens com leptospirose o potássio sérico inicial foi positivamente e independentemente correlacionado com risco de morte hospitalar.


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