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Paracoccidioidomicose: desafios no desenvolvimento de uma vacina contra micose endêmica nas Américas

RESUMO

A paracoccidioidomicose (PCM), causada por Paracoccidioides spp, é importante micose endêmica na América Latina. Com base em diferenças filogenéticas, existem duas espécies reconhecidas de Paracoccidioides, P. brasiliensis e P. lutzii, no entanto, a patogênese e as manifestações clínicas de ambas são indistinguíveis atualmente. Aproximadamente 1853 (~51,2%) de 3583 mortes confirmadas, atribuídas a micoses sistêmicas de 1996-2006, no Brasil foram causadas por PCM. Tratamento antifúngico é necessário para pacientes com PCM. O tratamento inicial dura de dois a seis meses e derivados de sulfa, anfotericina B, azóis e terbinafina são utilizados na prática clínica; no entanto, apesar da terapêutica prolongada, as recaídas ainda são um problema. Uma resposta imune celular eficaz, tendendo a Th1, é essencial para controlar a doença que pode ser induzida por antígenos exógenos, ou moduladas por vacinas profiláticas ou terapêuticas. A estimulação de células B ou a transferência passiva de anticorpos monoclonais também são meios importantes que podem ser utilizados para melhorar a eficácia do tratamento da paracoccidioidomicose no futuro. Esta revisão detalha criticamente os principais desafios que o desenvolvimento de uma vacina para combater a PCM enfrenta.

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