As elevadas taxas de mortalidade associadas com episódios de candidemia e a emergência da resistência aos antifúngicos, requerem o monitoramento da suscetibilidade de Candida spp., isoladas das candidemias, frente aos agentes antifúngicos. Os novos breakpoints, chamados “espécie-específicos,” foram recentemente aprovados (M27-S4) requerendo, pois, cuidadosa interpretação e comparações com aqueles até agora utilizados (M27-A3); ambos são propostos pelo Clinical Laboratory Standard Institute (CLSI). O presente estudo avaliou a suscetibilidade de espécies de Candida isoladas de candidemias baseando-se nestes dois breakpoints. Quatrocentos e vinte e dois isolados de Candida foram identificados e assim distribuídos: C. parapsilosis (48,68%), C. albicans (35,78%), C. tropicalis (9,71%), C. glabrata (3,55%), C. lusitaniae (1,65%), C. guilliermondii (1,65%), C. krusei (0,94%). Com base nos critérios do M27-A3, um total de 33 (7,81%) isolados foram julgados não-sensíveis, dos quais 16 (3,79%) como resistentes aos antifúngicos. De acordo com os breakpoints espécie-específicos (M27-S4) um total de 80 (18,95%) isolados foram considerados não-sensíveis, dos quais 10 (2,36%) resistentes a algum dos antifúngicos testados. Com base nos novos breakpoints espécie-específicos, o número de isolados não-sensíveis foi 2,4 vezes maior do que o número de não-sensíveis detectado pelos breakpoints do documento M27-A3. A detecção de um elevado número de isolados não-sensíveis através dos breakpoints propostos pelo M27-S4 destaca a importância dos testes de suscetibilidade, os quais trarão impactos no reconhecimento de isolados de Candida spp. não-sensíveis em episódios de candidemias, requerendo, portanto, continua avaliação.