Foi feito um estudo clínico-epidemiológico da esquistossomose mansoni na população de Tuparecê, Minas Gerais. Foi realizado a entrevista com relação a sintomas, contato com águas naturais, história pregressa, tendo sido ainda examinados o baço e o fígado. Das 830 pessoas registradas no censo, 777 (93,6%) tiveram as fezes examinadas (método Kato-Katz) e 696 (83,9%) foram clinicamente avaliadas. O índice de infecção foi de 43,2% não tendo sido encontradas diferenças significativas quanto ao sexo, cor e a maior parte das variáveis socioeconómicas. Foram encontrados maiores riscos de se adquirir a infecção no grupo etário mais jovem (2-14 anos) com relação a ocupação, tempo de residência na área e freqüência de contatos com águas naturais. Fezes com estrias sangüíneas foram mais freqüentes entre os positivos, enquanto que diarréia o foi entre os negativos. A morbidade e a intensidade da infecção, medida pelo número de ovos de Schistosoma mansoni por grama de fezes, foram baixas. Foi encontrada uma estreita correlação entre os padrões de contato com águas naturais e a curva de prevalência por idade. O presente trabalho enfatiza a importância dos hábitos na determinação dos índices de infecção além de apontar que a esquistossomose mansoni, nesta área, se manifestou sem graves conseqüêncais para a população como um todo.