Foram analisados retrospectivamente 500 prontuários de pacientes transplantados renais no período de 1968 a 1991, sendo identificados 9 casos de Nocardiose; 7 do sexo masculino e 2 do sexo feminino. A idade mediana destes pacientes foi de 33 anos e a infecção ocorreu nos primeiros 6 meses em 6 pacientes, havendo relação direta com pulsoterapia em apenas um paciente. Manifestações pulmonares ocorreram em 100% dos casos, sendo que os sintomas mais frequentes foram febre, tosse e dor pleural. As alterações radiológicas observadas compreenderam infiltrados nodulares em 55% e abcessos em 22% dos casos. Houve disseminação para a pele em 3 pacientes, para o SNC em 4 pacientes, e 1 paciente apresentou, além de comprometimento pulmonar, pericardite por Nocardia. Em nossa casuística o diagnóstico foi post-mortem em 30% dos casos e a mortalidade foi de 77%. Km 3 pacientes, cujo diagnóstico foi precoce, houve resposta satisfatória ao tratamento instituído. As infecções por Nocardia apresentam bom prognóstico quando diagnosticadas a tempo, sendo portanto necessário um alto grau de suspeição, principalmente em pacientes imunossuprimidos com acometimento pulmonar, neurológico ou cutâneo.